De acordo com declarações que José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), deu à Lusa, as aéreas mais afetadas foram sobretudo a construção civil e a dos petróleos.
"Os dados são desde junho do ano passado e indicam que a crise também afetou muito o total de trabalhadores na indústria em geral", explica ainda o presidente, sem esconder, no entanto, que acredita na recuperação. "Acho que a situação vai estabilizar. Mais dois meses e já não estaremos a falar da crise, já estaremos habituados. Estaremos a trabalhar noutro nível, porque o petróleo continua a subir”, sublinhou.
Portugueses sem salário começaram a regressar
Os portugueses já viram melhores dias em Angola. Foi para conseguirem uma vida melhor que emigraram mas é por não a terem conseguido que voltam. Há vários meses que a desvalorização do kwanza e preços do petróleo não ajudam.
Com a crise em Portugal, as empresas de construção civil quiseram apostar em Angola, um mercado em expansão, e era tudo perfeito. Mas atualmente já são poucas as empresas que conseguem cumprir a promessa de uma vida melhor.
Angola era o destino ideal. Bons ordenados, ajudas de custo e em muitos casos casa paga. Muitos portugueses procuravam uma vida melhor, mais desafogada, mas tudo mudou. Agora, o país africano é um dos mais afetados pela desvalorização do petróleo e está a braços com uma crise cambial que fez florescer um intenso mercado negro de divisas. A situação agravou-se de tal forma que há meses que há quem seja abordado nos semáforos para comprar dólares e quem pague metade do salário para enviar dinheiro para o país de origem.