Há mais uma ajuda para doentes oncológicos que queiram tentar preservar a fertilidade para realizar o sonho de serem pais depois de tratamentos de quimioterapia e radioterapia, que podem deixar sequelas. O centro de procriação medicamente assistida IVI Lisboa, que assinala dez anos, anunciou hoje um programa destinado a homens e mulheres com cancro, no âmbito da responsabilidade social da clínica. O tratamento necessário e a preservação de óvulos e espermatozóides são gratuitos, assim como três consultas de psicologia.
Mais tarde, se os pacientes pretenderem avançar com uma gestação, poderão fazê-lo nesta clínica ou em qualquer outro estabelecimento, explicou ao i o gabinete de comunicação do centro. Nesta clínica em particular, o custo de um tratamento de fertilização in vitro ronda os 5000 euros.
O IVI Lisboa lançou um vídeo (https://youtu.be/Jsa3G4gy7pg ) onde explica o procedimento em causa. Tatiana Semenova, ginecologista no centro, salienta que, por vezes, existe receio entre as doentes de que a estimulação ovárica para a extração de óvulos possa piorar o seu prognóstico. A especialista adianta que são seguidos protocolos específicos para casos de doença oncológica. O tratamento tem a duração de duas semanas e deverá ser feito antes do início da terapêutica dirigida ao cancro.
Atualmente o SNS também já garante a preservação de fertilidade a doentes oncológicos, no centro de preservação de fertilidade no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. O pedido de consulta pode ser feito online nesta página www.centropreservacaofertilidade.pt/pedido-consulta.
Dois mil bebés em dez anos
O IVI Lisboa assinala em comunicado que, em 10 anos, ajudou a nascer mais de dois mil bebés. Um dos marcos assinalados pela clínica privada foi a criação, em 2013, do primeiro laboratório privado a nível nacional de fecundação in vitro exclusivo para seropositivos. Desde então já foram realizados 69 tratamentos dos quais resultaram 33 gestações. Em Portugal são diagnosticados cerca de 3 novos casos de HIV por dia. “Graças à evolução das técnicas de PMA é possível os seropositivos terem filhos livres desta doença, o que é um esperança para casais onde um dos membros é portador da doença”, salientou, em comunicado, o diretor do IVI Lisboa Sérgio Soares.