Jeremy Corbyn, o líder do Partido Trabalhista, afirmou em entrevista à BBC que é preciso respeitar a vontade do povo britânico e desencadear a saída da União Europeia. O líder do Labour, que fez campanha pela manutenção do Reino Unido na União, atribuiu a vitória do Brexit ao facto de existirem no país "várias comunidades cansadas dos cortes de rendimentos que tiveram e da forma como foram marginalizadas pelos sucessivos governos".
Conhecido por ter sido desde sempre um eurocético, Corbyn foi acusado pelos seus companheiros de partido de ter tido uma posição fraca na campanha pelo "Remain". Interrogado sobre se o Brexit poderia não ter acontecido se ele se tivesse empenhado mais, Corbyn contornou a questão da BBC, afirmando que o seu projecto era "permanecer na União Europeia na condição de a reformar" e que lutou por isso. "Muita gente não está contente com a Europa", afirmou. O líder trabalhista diz que agora todos os esforços têm de ser feitos para proteger os empregos e as condições de trabalho no Reino Unido. Haverá negociações com a Europa e o país tem que negociar "o melhor acordo possível para proteger as indústrias britânicas". Corbyn reconheceu que a situação é difícil, invocou a queda da libra e admitiu que pode vir a ter consequências no emprego.