Sol & Sombra

O presidente do Parlamento não teve pejo em fazer o triste papel de notário ao serviço do PS, ao tentar travar com expedientes formais a comissão de inquérito à CGD proposta pelo PSD e o CDS

Sol:

Cristiano Ronaldo

Mesmo sem estar ao seu melhor nível, foi mais uma vez decisivo no emocionante 3-3 do jogo com a Hungria que deu o apuramento a Portugal. Marcou dois golos (o primeiro de grande classe, com um toque de genialidade) e fez o passe fatal para o golo de Nani. Ainda que longe do seu pico de forma, faz a diferença: corre, dribla, motiva os companheiros, marca, é um perigo constante para as balizas adversárias. Para já, calou com esta exibição alguns invejosos detratores. Dele e da sua eficácia irá depender o percurso de Portugal, do jogo de hoje frente à Croácia à hipótese de chegarmos à final de 10 de julho.

Sombra:

Fernando Santos

Para quem chegou a França com o discurso triunfalista de candidato à final, é claramente medíocre acabar a fase de grupos sem uma só vitória, com três empates frente a seleções de segundo e terceiro nível, como são a Islândia, a Hungria e a Áustria. E a atitude que o selecionador incutiu na equipa nos últimos 10 minutos do jogo com a Hungria, abdicando de competir e lutar pela vitória, só pode envergonhar-nos pelo pragmatismo medroso que revela. Com esta mentalidade a Seleção não vai longe.

Ferro Rodrigues

O presidente do Parlamento não teve pejo em fazer o triste papel de notário ao serviço do PS, ao tentar travar com expedientes formais a comissão de inquérito à CGD proposta pelo PSD e o CDS. Um dia depois, viu-se obrigado a meter o parecer e a viola no saco. Pode alegar que só quis defender a legalidade processual, mas o seu gesto foi visto como mais uma tentativa dos incomodados socialistas para obstruírem o avanço da comissão de inquérito. O que não abona a favor da independência que se exige ao presidente da AR.

Gabriela Canavilhas

Alvitrou o despedimento de uma jornalista do Público por esta ter mencionado números divergentes, da Polícia e da Fenprof (e não apenas estes últimos, ao gosto dos fundamentalistas da causa), de manifestantes a favor da escola pública. Não, não foi um deslize nem um desabafo infeliz. É esta a mentalidade de um certo PS socrático, que se sente acima do bem e do mal e se acha com direito a controlar tudo e todos: um misto de pesporrência intelectual e falta de cultura democrática.