Desde que foi ditada a saída do Reino Unido da União Europeia, não só os conservadores, mas também os trabalhistas começaram a enfrentar dificuldades.
Pouco depois do referendo, vários os membros do Labour demitiram-se, obrigando o líder trabalhista, Jeremy Corbyn – defensor da permanência do Reino Unido na UE – a ter de formar um novo Governo Sombra. Mas nem isso foi suficiente para evitar a contestação.
Corbyn enfrentou esta semana uma moção de censura dentro do seu próprio grupo parlamentar que foi votada por 172 deputados. Apenas 40 apoiaram o líder trabalhista.
Contudo, Corbyn não desiste e promete que não vai demitir-se. «Fui eleito democraticamente como chefe do nosso partido com um novo género de política por 60% dos membros e apoiantes do Labour, não os trairei com a demissão. O voto de hoje dos deputados não tem qualquer legitimidade constitucional», garantiu Corbyn. Tal como assume o líder trabalhista, a moção não tem efeito vinculativo mas já se alinham possíveis sucessores. Os primeiros nomes que surgiram foram Angela Eagle e Tom Watson, mas apenas a primeira anunciou frontalmente a sua candidatura à liderança do Partido Trabalhista.
Corbyn está a ser pressionado para se demitir e, segundo uma sondagem da YouGov, apenas 50% dos militantes o apoiam – um número inferior ao de maio em 14%.
Recorde-se que o líder trabalhista é acusado pelos militantes do seu partido de ter feito pouco pela permanência do Reino Unido no bloco europeu durante a campanha para o referendo.