Foi o ano de todos os riscos, viveu com índios, falou com o irmão de Pablo Escobar em Medellín e deu aulas de teatro a crianças moçambicanas. O ator disse que precisou de fazer tudo isto para dar um novo sentido à sua vida. Representar, outros papéis, exige que demos alguma coisa nós. Ângelo Rodrigues começou desde cedo a sonhar ser ator de teatro, às crianças de Moçambique quis-lhes dizer que não confinassem os seus sonhos à realidade difícil em que vivem.
Começou a fazer teatro na escola?
A escola em que andava tinha um auditório que não era utilizado para nada. E como comecei a aceder à cultura e ao teatro, na minha zona, tentei transportar isso para a escola.
É de que zona?
Sou do Porto, mas morava perto de Espinho, na prática sou de Vila Nova de Gaia, mas comecei a fazer teatro no concelho de Santa Maria da Feira porque a minha escola era de lá. Então propus à diretora fazer algumas peças de teatro em que fazia quase tudo: escrevia, encenava e protagonizava com a turma. Até que passei a integrar uma companhia de teatro semiprofissional em Santa Maria da Feira e foi aí que comecei a levar o teatro mais a sério.
E porquê que se interessou por teatro?
Talvez tenha sido a minha família: a minha tia é uma das fundadoras da Seiva Trupe no Porto e portanto acho que foi um bocado influência genética.