Brexit, banca italiana e portuguesa são riscos para a economia mundial

Fundo Monetário Internacional “esquece” o problema do Deutsche Bank.

A saída do Reino Unido da União Europeia (EU) é o principal risco para a economia mundial, mas o seu impacto ainda está longe de estar definido. Quem o diz é o Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório divulgado esta terça-feira.

“O resultado do Brexit implica um aumento substancial na incerteza económica, política e institucional, que deverá ter consequências negativas ao nível macroeconómico., especialmente nas economias europeias mais avançadas. Mas ainda é muito difícil quantificar o potencial das repercussões”, afirma o FMI no documento com a atualização do “World Economic Outlook”.

Mas não é só o resultado do referendo que está preocupar os técnicos do FMI. “O choque do Brexit surge entre situações por resolver no sistema bancário europeu, em particular nos bancos italianos e portugueses", lê-se no relatório.

Estranhamente, o relatório hoje divulgado não faz qualquer referência aos problemas da banca alemã, designadamente o Deutsche Bank. No final de Junho, o próprio FMI considerava que o Deutsche Bank era a instituição financeira que atualmente mais riscos coloca sobre a estabilidade mundial enquanto fonte potencial de choques externos

“Entre os bancos globais de importância sistémica, o Deutsche Bank aparenta ser o maior contribuinte líquido para riscos sistémicos, logo seguido do HSBC e do Credit Suisse”, defendia o FMI.

Uma coisa é certa: “A turbulência prolongada no mercado financeiro e aumento da aversão global ao risco podem ter sérias repercussões macroeconómicas, incluindo a intensificação dos problemas na banca, principalmente em economias vulneráveis", refere o documento hoje divlgado.