Sol & Sombra

A opinião de José António Lima

SOL

Éder

Jogou apenas 54 minutos no total e só em três dos sete desafios que Portugal disputou neste Euro-2016. Mas ficará, provavelmente, como o rosto que os portugueses mais associarão no futuro a esta histórica e inédita conquista do Campeonato da Europa. Irá perdurar a imagem, já tantas vezes repetida, do seu golo mágico ao minuto 109 do prolongamento – contrariando todos os prognósticos e o favoritismo dos franceses. De jogador mal amado pelos adeptos a herói da final de Paris, de uma infância e adolescência cheias de dificuldades e adversidades a súbita estrela mediática das televisões e de toda a comunicação social – a sua vida dava um filme. Com final feliz, claro.

Rui Patrício

Se Pepe foi inultrapassável e o jogador mais valioso da Seleção, se Ronaldo foi um capitão inspirador (apesar de surgir vários furos abaixo do seu potencial), se Éder foi o símbolo da vitória no Euro, se a equipa de Portugal revelou novos talentos ao mundo do futebol (Renato Sanches, William Carvalho, Raphaël Guerreiro, João Mário, entre outros), foi ele o maior herói dos mais de 120 minutos da final. Com meia dúzia de defesas de elevada dificuldade que fecharam todos os caminhos do golo aos franceses. E que o colocaram, aos olhos da Europa do futebol, na restrita galeria dos guarda-redes de primeiro nível.

Fernando Santos

Ficará para a história como o primeiro selecionador que levou Portugal a conquistar um título com a dimensão que tem um Campeonato da Europa. De forma sofrida em alguns jogos, com pouco brilho exibicional quase sempre (apesar da sua relutância em admiti-lo), com uma dose de sorte que faltou noutras ocasiões – mas tudo isso são circunstâncias e variáveis a que já estão habituadas as seleções que são mais vezes vencedoras. Esperemos, agora, pela Taça das Confederações em 2017 e pelo Mundial de 2018 na Rússia.

SOMBRA

Mário Centeno

Apesar do cachecol da Seleção, todos os seus colegas do Ecofin (incluindo os socialistas) se pronunciaram pela aplicação de sanções a Portugal. O Barclays já fala num segundo resgate. E a novela da CGD arrasta-se perante a sua inação e complacência. Para onde quer que se vire, está rodeado de problemas.