A maioria dos 700 utilizadores do simulador da Deco, que permite aos utentes perceber o tempo de espera nas urgências hospitalares, esperou acima do recomendado pelo sistema de triagem de Manchester.
Segundo os dados divulgados este sábado pela associação de defesa dos direitos do consumidor – referentes a julho de 2015 e 2016 – em 57% dos casos (401) a espera foi superior ao recomendado e o tempo excedido variou entre os 146 e 880 minutos.
A Deco chama a atenção para o facto de "em apenas 4% dos casos" ter sido "dada uma explicação ao utente pela demora". Em 65% dos casos urgentes (pulseira amarela) e 57% das situações pouco urgentes (pulseira verde) o tempo foi ultrapassado.
"As situações muito urgentes e de emergência revelaram os maiores problemas no atendimento dentro dos prazos recomendados: 86% dos casos esperaram mais do que deviam em casos muito urgentes (pulseira laranja) e 85% com pulseira vermelha", refere a associação, ressalvando, no entanto, que foram poucos os casos nestas situações: 57 simulações (9,7%) em situações muito urgentes e 23 simulações (4%) de emergência.
De acordo com a Deco, Julho de 2015 foi o mês em que mais utentes recorreram a esta ferramenta (16,4%) e foi também neste mês que se registaram mais casos de tempo excessivo de espera. Em 2016, 28,4% das simulações foram em Janeiro, o mês em que se registaram mais casos acima do tempo recomendado. 65,3% dos utilizadores foi às urgências porque considerou que a sua situação era grave e necessitava de ir para o hospital, 7,1% foi reencaminhado pela linha de Saúde 24 e 10,4% deslocou-se ali por o seu centro de saúde estar fechado.