Os passageiros e as mercadorias que chegam aos aeródromos portugueses só muito raramente são controlados pela Autoridade Tributária e em alguns aeródromos a fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) também é ocasional. Segundo informações internas das autoridades a que o SOL teve acesso esse controlo é reduzido até no Aeródromo Municipal de Cascais, ou seja, o de Tires, o único que recebe voos extracomunitários e que é a principal porta de entrada para voos privados de quem pretende fazer negócios na capital portuguesa. Esta falta de controlo – no aeródromo apto a receber voos internacionais bem como nos restantes – pode estar a potenciar crimes como o tráfico de droga, o tráfico de seres humanos ou mesmo o branqueamento de capitais em território nacional.
O risco de a via aérea estar a ser usada para lavar dinheiro nunca terá sido posta de parte pelos investigadores de alguns dos mega processos. O SOL sabe, por exemplo, que logo após terem sido conhecidos os contornos da chamada Operação Rota do Atlântico houve uma tentativa de apertar o controlo nestas infraestruturas.
«Depois do caso da detenção de Veiga é que se começou a fazer controlos mais regulares mas apenas conseguimos dar conta de cerca de 20 a 30 por cento dos voos referenciados pela Autoridade Nacional de Aviação Civil porque não temos homens nem meios suficientes», garante uma fonte da Autoridade Tributária, lembrando que logo após as suspeitas de que tinham sido trazidas malas de dinheiro «foi elaborada uma diretiva para que a Alfandega apertasse o controlo».
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