Fernando Mamede lembra Moniz Pereira, que morreu neste domingo aos 95 anos, como "um segundo pai", mas também "sem dúvida o melhor treinador do mundo".
"Foi um homem muito importante para mim, considerava-o um segundo pai. Esteve sempre comigo nos bons e nos maus momentos", recorda Fernando Mamede, em depoimento ao jornal Público.
O técnico era um dos melhores do mundo: "Tinha olho quando via alguém correr. Sabia detetar o talento. Acreditava que treinando mais, nós chegávamos lá, que os atletas portugueses podiam disputar as provas de igual para igual."
"Deu um grande pontapé no estado de coisas quando fez a proposta ao Governo em 1975 de criar alta competição. Nós treinávamos de manhã, íamos ao emprego da uma às quatro e meia e treinávamos novamente no Sporting ao final da tarde", recorda Mamede, que, com Carlos Lopes, José Carvalho e outros, fez parte do grupo de olímpicos em 1976.
"Como pessoa era excelente, dócil. Sabia lidar com todos da mesma maneira. Nos estágios ou nas deslocações pela seleção, desde que houvesse um piano, ouvíamos os fados dele. Tocava algumas músicas em primeira mão para nós", relembra ainda Fernando Mamede.