Teve amplo destaque na comunicação social os dados sobre a dívida pública portuguesa, divulgados ontem pelo Banco de Portugal: aumento de 2,4 mil milhões de euros entre maio e junho, e um aumento superior a 8 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano.
Os números são um pouco alarmantes, e seria bem melhor que a dívida pública aumentasse menos, ou até que diminuísse. Mas a situação não é tão má como parece, tal como explicou o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
Isto porque, mais do que os números, interessa sobretudo às instâncias europeias a dívida em percentagem do PIB (total da produção do país). E, nesse aspeto, a dívida pública está estabilizada: teve um ligeiro aumento de 128,4% do PIB em junho do ano passado para 128,9% em março deste ano (só saberemos os valores do PIB de junho a 14 de agosto, por isso é impossível neste momento comparar junho de 2015 com junho de 2016). Mas é até possível que a dívida pública em percentagem do PIB tenha baixado.
Interessa pois dar esta pequena explicação, mais útil de que fazer uma notícia com o título "dívida pública sobe 2,4 mil milhões de euros de maio para junho". Assim, parece que, em traços largos, a dívida pública, apesar de muito elevada, tem a sua situação controlada e estabilizada.