1.Os leitores mais cautos do SOL já saberão que nós somos suspeitos: desde o final de 2014 que defendemos convictamente que Pedro Santana Lopes é o Presidente de que Lisboa precisa nesta sua fase histórica. Ao invés da maioria dos comentadores que interpretam o estado actual da capital portuguesa, identificando os seus problemas e desafios ajustando-os à medida de Pedro Santana Lopes, nós seguimos outro caminho – identificámos os problemas de Lisboa, antecipámos os desafios com que será confrontada a breve e médio trecho e propusemos um perfil capaz de agarrar esta oportunidade histórica de afirmação da nossa capital no contexto europeu e mundial. E esse perfil coincidia absolutamente com…Pedro Santana Lopes. Não é Santana Lopes que exige Lisboa – é Lisboa que exige Pedro Santana Lopes.
2.Deixemo-nos de rodeios: se o PSD apresentar qualquer outro candidato que não Pedro Santana Lopes será inevitavelmente derrotado por Fernando Medina. A dúvida estará entre perder simpaticamente – ou perder vergonhasamente. Perder simpaticamente significa perder por muitos votos, manter ou ganhar mais ou dois vereadores, embora sorrindo sempre e com cara a irradiar felicidade – neste contexto, a aposta do PSD poderá recair em Jorge Moreira da Silva. Perder vergonhosamente significa perder por uma larga margem, obter um dos piores resultados de sempre e o PSD praticamente deixar de contar para a política autárquica da capital portuguesa – neste contexto, a escolha do PSD poderá recair em Fernando Seara (gostamos muito de Seara, mas em Lisboa tem sido um autêntico desastre…) ou em Carlos Barbosa (não se ria, caro leitor, não se ria…vamos levar isto a sério!).
3.Lisboa exige, pois, Pedro Santana Lopes como seu Presidente. E Pedro Santana Lopes estará disponível para dizer “sim” a Lisboa? Do ponto de vista estritamente pessoal, talvez fosse mais aconselhável, numa visão individualista, Pedro Santana Lopes permanecer como Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa- e aí concluir o mandato para o qual foi empossado já pelo Governo de António Costa. Todavia, com todos os seus defeitos, Pedro Santana Lopes tem virtudes políticas raras em Portugal. Quase únicas. Uma delas é a paixão – diríamos mesmo uma emoção quase infantil, porque tão genuína – com que serve determinadas causas. Aquelas causas em que acredita. Aquelas causas pelas quais se move. E a causa que mais move Pedro Santana Lopes é Lisboa.
4.Não duvidamos que Santana Lopes é patriota e ama Portugal – mas o seu amor por Lisboa é ainda superior ao seu amor por Portugal. Portanto, a sua dedicação a Lisboa será (ainda?) maior do que a sua dedicação a Portugal. Nunca vimos um político português tão apaixonado por uma causa como Pedro Santana Lopes é apaixonado por Lisboa. É, a um tempo, impressionante e incrível ver o quão o ex-líder social-democrata sente Lisboa como sua! E sente os problemas de Lisboa como problemas seus!
5.Talvez, como já aqui escreveu brilhantemente José António Saraiva, Pedro Santana Lopes deve recusar a candidatura à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa porque as probabilidades de derrota frente a Fernando Medina são elevadas. Porque, mantendo-se como Provedor da Santa Casa, Santana Lopes poderá aprofundar a unanimidade nacional que hoje já começa a existir em torno do seu nome – e, quem sabe, abalançar-se à liderança do PSD no pós-Passos Coelho. Ou então esperar por 2021 ou 2026, lançando-se numa corrida presidencial, almejando ser o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa (o que teria a sua ironia!). Mas a política dominada apenas pela razão, por juízos de probabilidade permanentes, por calculismos políticos excessivos – normalmente redunda em insucessos, angústias e até tragédias (sobretudo, ao nível dos Estados). Pedro Santana Lopes já demonstrou que é capaz de quebrar todas as ideias feitas – de demonstrar as debilidades dos modelos matemáticos de probabilidades de vitórias políticas, de desmentir sondagens feitas com recurso a técnicas discutíveis, de mostrar que quem manda é mesmo o eleitorado. É mesmo o povo, não os técnicos ou algumas empresas de sondagens. Portanto, podemos deixar aqui uma certeza: a decisão de Pedro Santana Lopes será tomada em consciência. Por si – não será condicionado por sondagens, estudos de opinião, dirigentes deste ou daquele partido. Nem Santana Lopes fará fretes a quem quer que seja. Fará apenas um favor: à cidade de Lisboa, dizendo que “sim”. “Sim”, Lisboa poderá contar com Pedro Santana Lopes para os próximos anos.
6. Pelas razões expostas, julgamos que o PSD já confia que Pedro Santana Lopes será movido mais uma vez pela sua, enorme e infindável, paixão por Lisboa. E, numa jogada muito inteligente de Pedro Passos Coelho, é o PSD que se está a acomodar à estratégia de Pedro Santana Lopes – e não Santana Lopes que se está a acomodar aos objectivos e à estratégia do PSD. Vamos ter Santana Lopes como candidato a Lisboa – é quase uma certeza. Lisboa, cidade das sete colinas, podes “keep calm” – Santana Lopes vai-te “keep cool”! Serás uma cidade fixe, “cool”! Santana Lopes vai mesmo “coolonizar” Lisboa!