Farah, o ouro depois da queda

Britânico conserva título dos 10.000 metros

O britânico Mo Farah revalidou hoje no Rio de Janeiro o título olímpico dos 10.000 metros, ganhando ao 'sprint' na reta da meta ao queniano Paul Tanui, que liderou até aos últimos 100 metros.

Farah, também bicampeão mundial da distância, caiu durante a prova mas sem se magoar, recuperando depois posições até à vitória final, em 27.05,17 minutos, ligeiramente à frente de Tanui (27.05,64), o adversário que mais fez por o destronar.

"Quando caí, pensei: 'Oh meu Deus, já está'. Levantei-me e só queria seguir com os outros e manter-me forte", contou o britânico, de 33 anos, que foi ao chão na décima das 25 voltas, depois de se 'enrolar' com o colega de treino Galen Rupp, dos Estados Unidos.

Recomposto, Farah voltou a ver a revalidação do título ameaçada quando Tanui o ultrapassou à entrada da última volta, mas bastou-lhe mais uma aceleração para retomar a dianteira nas derradeiras centenas de metros a caminho do ouro.

"Não é fácil, mas toda a gente sabe do que sou capaz. Pensei em todo o meu trabalho árduo e que tudo podia ir-se num minuto. Eu não podia deixar", afirmou.

Tamirat Tola, da Etiópia, assegurou a medalha de bronze, com 27.06,26, à frente do seu compatriota Ygrem Demelash (27.06.27), que chegou ao Rio2016 como líder do ‘ranking’ do ano.

O quinto lugar foi para o norte-americano Galen Rupp (27.08,92), mais uma vez o melhor não africano, a exemplo do que aconteceu em Londres2012, quando foi à prata.

Para Farah, esta é já a terceira medalha de ouro olímpica, depois da 'dobradinha' de 5.000 e 10.000 metros há quatro anos.

O britânico de origem somali é o sexto atleta a conseguir sagrar-se por duas vezes campeão da dupla légua, depois dos finlandeses Paavo Nurmi e Lasse Viren, do checoslovaco Emil Zatopek e dos etíopes Haile Gebresselasie e Kenenisa Bekele.