O Banco Central Europeu (BCE) teve de analisar recentemente os novos órgãos sociais de um banco português em que vários gestores não executivos acumulavam múltiplos cargos noutras empresas. Não foi a Caixa Geral de Depósitos (CGD). Não houve nenhum “chumbo” a esses gestores. Foi no BCP, há pouco mais de um ano, quando a instituição presidida por Mario Draghi já era responsável pela supervisão dos maiores bancos a nível europeu.
Com a união bancária, a 4 de novembro de 2014, o BCE passou a supervisionar os bancos mais relevantes na Europa, substituindo-se ao Banco de Portugal – ou partilhando com ele – as principais tarefas de vigilância dos bancos em território nacional.
Seis meses mais tarde, a administração do BCP, que estava em final de mandato, propôs uma lista com os órgãos sociais até 2017. E entre os nomes que não mereceram reparos da regulação estão vários gestores cujo currículo inclui cargos executivos e não executivos em entidades fora do grupo – um perfil em tudo semelhante aos oito administradores que não puderam ir para a CGD por terem cargos noutras empresas.