Com a aprovação pelo BCE de 11 administradores para a Caixa Geral de Depósitos, o Governo deve empossar a nova administração ainda este mês. Isto significa que os gestores executivos que António Domingues foi buscar ao BPI irão até lá formalizar a saída do banco de Fernando Ulrich.
Até ao momento, apenas o novo presidente da CGD tinha renunciado ao cargo de administrador do BPI, onde trabalhou nos últimos anos. Os outros gestores que transitam do banco rival – João Tudela Martins, Emídio Pinheiro e Tiago Marques – ainda não tinham pedido a cessação dos contratos, já que não havia ainda uma decisão do BCE sobre os novos corpos sociais do banco.
Uma vez aprovada a equipa executiva, os gestores deixarão agora de ter qualquer vínculo ao BPI. Surgiram rumores de que iriam manter-se em licença sem vencimento, mas o SOL apurou que essa informação não é correta.
E o BCE aceitou todos os gestores indicados para a equipa executiva, mas impôs algumas condições. Três dos futuros gestores executivos da CGD que não tinham ainda experiência em gestão bancária de topo (João Tudela Martins, Paulo Rodrigues da Silva e Pedro Leitão) terão de frequentar o curso de Gestão Bancária Estratégica do INSEAD.
Segundo a brochura desta conceituada escola de gestão francesa, a propina do curso é de 12. 600 euros por aluno, o que significa que a CGD vai pagar à cabeça perto de 38 mil euros para inscrever estes três gestores no INSEAD.
A formação não foi o único ponto a ser posto em causa pelo BCE. O regulador impede que António Domingues acumule as funções de presidente do conselho de administração e de CEO de forma permanente. A acumulação só será possível nos próximos seis meses. Mourinho Félix já anunciou que irá insistir na acumulação, contestando junto do BCE. «Estamos obviamente abertos a que o BCE nos prove, ou nos convença do contrário, que há de facto um papel para um presidente de um conselho de administração mesmo quando exista um único acionista», sustentou.
Por último, terá de ser tida em conta a representatividade do género feminino na administração – o que terá implicações nas futuras nomeações de gestores não executivos. A CGD deverá ter 30% de mulheres na administração, até 2018. Isto significa que, se o Governo insistir em 19 administradores, seis dos futuros nomes terão de ser femininos.