Haverá uma entrada de dinheiro que poderá ir até 4,6 mil milhões de euros, mas o dinheiro proveniente do Estado está limitado a 2,7 mil milhões de euros. Então, de onde vem o resto do dinheiro? 900 milhões de euros virão de dívida que a CGD já contraiu, e que será agora convertida em capital. Os restantes 1.000 milhões de euros virão de dívida que a CGD pedirá emprestada, e que será depois, também ela, convertida em capital. Isto é, se percebi a estrutura do acordo, a CGD, que já tem credores privados, com a conversão desses 1.000 milhões de dívida em capital, passará também a ter acionistas privadas. E esta é a primeira brecha numa muralha que foi sustida durante décadas: não é difícil imaginar futuros aumentos de capital nos quais os privados aumentarão a sua percentagem no capital. No limite, a CGD poderá tornar-se totalmente privada, e ser vendida a investidores estrangeiros.
E não deixa de ser irónico que este processo comece no governo da geringonça. Ou isso, ou esperam-nos sarilhos políticos sérios.