EUA e Rússia reivindicam morte de líder do Estado Islâmico

Porta-voz do Estado Islâmico foi morto e as duas potências reclamam os louros do ataque aéreo

A morte de Abu Muhammad al Adnani – número dois e porta- -voz do grupo terrorista autoproclamado de Estado Islâmico – na passada terça-feira, após um ataque aéreo nos arredores da cidade síria de Alepo, foi imediatamente reivindicada pelo Departamento de Estado norte–americano, mas Moscovo anunciou no dia seguinte ter sido a aviação russa a responsável pelo bombardeamento.

Na quinta-feira, o assessor de imprensa do Pentágono, Peter Cook, revelou aos jornalistas não possuir quaisquer informações relevantes sobre a reivindicação da Federação Russa. Em declarações reproduzidas pelo site oficial do Departamento de Defesa dos EUA, Cook disse desconhecer o motivo pelo qual as autoridades russas estavam sequer a discutir essa possibilidade e sugeriu que “talvez se trate de um mal-entendido da parte deles [Rússia]”, não se mostrando disposto a “apostar num palpite”.

Os norte-americanos iniciaram a sua participação militar na Síria em setembro de 2014, contrariando a vontade do presidente daquele país, Bashar al–Assad, acusado pelo mundo ocidental – com os próprios EUA à cabeça – de liderar um regime opressivo e autoritário. No ano passado, Moscovo acedeu aos apelos de Assad, seu aliado na região, e espoletou também uma série de ataques contra o Estado Islâmico na Síria, oficializando o seu apoio ao governo local. 

Segundo o diário espanhol “El País”, a reivindicação da autoria dos bombardeamentos que mataram Adnani faz parte de uma forma de atuação, por parte das duas potências, muito própria dos tempos da Guerra Fria, e que visa “vender os sucessos das suas campanhas militares na Síria e reforçar as suas esferas de influência” na região e junto da opinião pública mundial.