Diogo Feio: ‘Cristas é o nome mais forte do CDS para Lisboa’

Eurodeputado fala sobre as eleições autárquicas

Já tem previsões para estas eleições autárquicas?

Neste momento não prevejo muita coisa. O que farei, enquanto dirigente, é trabalhar para que o CDS tenha bons resultados. Acredito que isso seja perfeitamente possível.

Acredita que a líder do CDS seria uma boa candidata para Lisboa?

Assunção Cristas é uma boa candidata à Câmara de Lisboa, tal como será uma boa candidata a primeiro-ministro, mas não é uma questão que se coloque neste momento. O CDS falou nessa matéria no congresso, dizendo que trabalharia para ter uma candidatura forte. 

E automaticamente pensou-se em Assunção Cristas…

Por uma questão muito simples: quando se fala em alguém forte, pensa-se no mais forte, que é sempre o presidente do partido. Uma das coisas que o CDS deveria aprender é a não discutir as coisas antes do seu tempo, deve discutir na altura certa. Ainda assim, estou convencido que o partido terá uma candidatura forte a Lisboa.

Acha viável o PSD apoiar uma candidatura de Cristas a Lisboa, se esta avançar? E o inverso, o CDS pode apoiar uma candidatura do PSD? 

O meu empenho é ajudar a que o CDS tenha uma candidatura forte a Lisboa. Quem quiser estar com uma candidatura forte da área do centro-direita, nunca será maltratado, garanto.

Há cada vez mais mulheres na política portuguesa, acha que isso ajudou Assunção Cristas dentro do partido?

Com certeza que não, acho que as pessoas valem por si. Há visões distintas, sejam homens ou mulheres, sobre determinados assuntos. É muito bom termos cada vez mais participação feminina na política como noutras áreas.

O que Assunção Cristas trouxe de novo ao CDS?

Trouxe uma ideia de organização do partido marcada por dois pontos: a oposição no Parlamento e a capacidade de fazer propostas de uma forma muito positiva. É uma liderança que se está a afirmar e quanto mais o tempo passar, mais se irá afirmando. Vai ter desafios mas quando eles chegarem de certeza que estará à altura.

Mas Cristas sucedeu a Paulo Portas que foi uma figura muito marcante no partido.

Fazer uma transição de um líder do partido muito marcante é uma tarefa bastante complicada. Evidentemente que não é fácil a sucessão, mas é um desafio que me parece estar a ser bem superado.

Portas sabia marcar a agenda política. Muitos acham que falta isso a Cristas.

Se calhar porque não perceberam que a agenda política de Assunção Cristas é marcada de forma distinta. É por isso que digo que é algo que o tempo vai solidificar, e à qual as pessoas se vão habituar. 

Em que é diferente?

Na lógica da oposição em junção com uma lógica de apresentação de propostas, por exemplo. É natural que as pessoas pensem no que diria Paulo Portas sobre determinado assunto, até porque estavam habituadas. Utilizando uma expressão de Santana Lopes, em relação à liderança: keep cool.

Tem saudades de Paulo Portas?

Não tenho porque continuo a falar muito com ele. Paulo Portas marcou-nos muito, mas estamos numa fase distinta. E mais, não deixou o partido, vai estar aqui na Escola de Quadros.

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