Festa, vaia e gafe: os Paralímpicos estão oficialmente abertos

Na cerimónia de abertura dos Jogos, os 50 mil espetadores presentes no Maracanã aplaudiram o desfile dos atletas e a Temer deixaram um pedido: “Vai embora…”

No Estádio Maracanã, tal como nos Jogos Olímpicos, a cerimónia de abertura não podia ter sido mais ao estilo brasileiro. Festa, cor, luz, muita música e boa-disposição. Nem a chuva (forte) que caiu no final estragou o espírito olímpico. 

Com cerca de 50 mil pessoas nas bancadas, ficou a cargo do maestro João Carlos Martins, com os movimentos das mãos limitados por problemas neurológicos, a condução do hino brasileiro que marcou o arranque do evento. O recém-empossado Michel Temer evitou, ao máximo, a exposição na cerimónia de abertura. Ao lado de Philip Craven, Presidente do Comité Paralímpico Internacional (CPI) Temer só deu a ‘conhecer’ a sua voz para dar os Jogos como oficialmente iniciados.

Antes disso entrou Portugal em cena. A comitiva lusitana foi uma das mais aplaudidas no Maracanã. A par da Síria que também levou o estádio ao rubro.

Depois sim, Temer subiu ao púlpito. O descontentamento dos espetadores pressentiu-se assim que Philip Craven anuncia o nome do presidente brasileiro. 

“Eu declaro os Jogos Paralímpicos Rio2016 abertos”, a única linha de discurso feita pelo presidente, que nem figurante de novela. Mas um guião suficiente para receber retorno dos espetadores. Assobios, faixas ao alto e vozes em uníssono: “Fora Temer”, ouviu-se claramente por todo o Maracanã, entre alguns aplausos.

Michel Temer sai de cena, entra a chama paralímpica. Festa a acabar, mas ainda há Seu Jorge para ouvir. Debaixo de chuva, muita chuva. Mas não há quem se importe porque como cantou o brasileiro ‘é preciso saber viver’.

A abertura dos Jogos Paralímpicos fica também marcada pela gafe no Twitter oficial do Rio2016. “Começou o hino paralímpico. Todos de pé”. 

Uma frase que gerou de imediato uma onda de indignação na internet e que levou a vários pedidos de justificação por parte dos internautas à organização do evento.

Apesar de o ‘post´ ter sido apagado, para evitar consequências maiores, não houve quem ficasse indiferente a este erro que já classificado como uma “mensagem infeliz”.

As provas já arrancaram e o primeiro dia de competição para os portugueses também. 

Nuno Alves foi o primeiro português a competir nos Jogos, nos 5000 metros em T11. Com Ricardo Abreu como guia, Nuno Alves fez um tempo de 17.03.64, e terminou em 8.º lugar, numa prova para cegos totais. 

O estreante judoca Miguel Vieira acabou eliminado na primeira ronda frente ao brasileiro Halyson Boto. 

“Ele [Boto] estava a ‘estrangular-me’ o ombro. Fui obrigado a desistir”, contou o atleta luso que fica na história por ser o primeiro judoca português a participar nos Paralímpicos.

Luís Gonçalves qualificou-se para as meias-finais dos 400 metros T12 (deficiência visual), distância na qual é campeão do mundo e conquistou uma medalha de prata em Pequim2008.