O todo-poderoso da direita brasileira, Eduardo Cunha, foi excluído da Câmara dos Deputados, na passada segunda-feira, depois de uma votação esmagadora. A ‘cassação’ do seu mandato foi aprovada com 450 votos a favor, 9 abstenções e apenas 10 contra, pelo que o ex-deputado do PMDB ficará, também, inelegível até 2027.
Cunha, que já tinha sido afastado do seu cargo, foi um dos grandes impulsionadores do processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Nesse sentido, afirmou não ter dúvidas quanto à natureza da sua destituição da Câmara, um caso claro, considera, de “retaliação política” por parte do Partido dos Trabalhadores.
“Quando começou a sessão, era óbvio que eu seria destituído”, confessou o ex-deputado, citado pela “Folha de São Paulo”, após conhecido o resultado da votação “O PT quer o troféu para dizer que é golpe”, acusou.
Eduardo Cunha tinha sido acusado pela Câmara de mentir à comissão parlamentar de inquérito, no âmbito do esquema de corrupção que envolve a empresa Petrobras, em março de 2015, nomeadamente por ter negado a existência de contas não declaradas, na Suíça, para onde terá desviado dinheiro.
“Eu cometi muitos erros. Eu sou humano. Eu errei muitas vezes, mas não foram os meus erros que levaram à destituição. Eu fui vítima de uma vingança política”, censura Cunha.