Depois de Jean-Claude Juncker ter pedido uma consulta ao gabinete de ética sobre o cargo de administrador não executivo do Goldman Sachs, Durão Barroso respondeu por carta a Bruxelas.
No documento, a que o Financial Times teve acesso, o antigo presidente da Comissão Europeia acusou a instituição de estar a ser “discriminatória” e “inconsciente”.
“Tem sido entendido que o mero facto de estar a trabalhar para o Goldman Sachs levanta questões de integridade. Embora respeite que todos têm direito à sua opinião, as regras são claras e devem ser respeitadas. Estes protestos não têm qualquer base nem qualquer mérito. São discriminatórios para mim e para o Goldman Sachs”, defende Durão Barroso.
Recorde-se que o ex-presidente da Comissão Europeia será tratado como lobista – representante de interesses privados – depois de ter aceitado o cargo de administrador não executivo do Goldman Sachs International.
Em relação à nova consulta, Durão Barroso “gostaria de perceber como esta decisão foi tomada, por quem e em que condições. Não só são ações discriminatórias como parecer ser inconsistentes com as decisões tomadas em relação a outros antigos membros da Comissão Europeia”, como a antiga comissária para a Política Digital Neelie Kroes, que foi nomeada em maio como uma das conselheiras da Uber.
“Nunca reclamei uma posição privilegiada, mas não esperava esta discriminação”, concluiu.