Os acionistas do BPI aprovaram, esta quarta-feira, a desblindagem dos estatutos do banco. O fim ao limite de 20% imposto aos direitos de voto é uma condição essencial para que a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank possa avançar.
A Santoro de Isabel dos Santos, com 18,6% do BPI, absteve-se na votação, abrindo assim o caminho para o sucesso da OPA do banco espanhol.
Esta terça-feira, o banco liderado por Fernando Ulrich propôs à Unitel a venda de 2% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA), permitindo que a operadora angolana passe a ser a maior acionista, após aprovada a desblindagem dos estatutos do banco português. Em troca, o BPI recebe 28 milhões e a aprovação da Santoro para a desblindagem.
Desta forma, o banco consegue responder ao Banco Central Europeu (BCE) que obriga a uma redução da exposição a Angola.
Esta é a terceira vez que os acionistas do banco estão reunidos para aprovar a questão da desblindagem dos estatudos. A primeira assembleia, a 22 de julho, foi travada por uma providência cautelar colocada pelo Grupo Violas, com 2,7% do BPI, à proposta feita pela administração para a desblindagem dos estatutos. A segunda foi a 6 de setembro, dia em que ainda não havia uma resposta do tribunal à providência. A terceira, quinze dias depois, termina com uma posição que favorece a OPA do CaixaBank.
A negociação das ações do BPI foram suspensas esta manhã pelo regulador do mercado.