Em 2015, as exportações de bens ascenderam aos 49 826 milhões de euros, correspondendo a um aumento nominal de 3,7% em comparação com o ano anterior. Também as importações de bens registaram um crescimento de 2,2%, totalizando 60 310 milhões de euros. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No entanto, em ambos os fluxos, a evolução centrou-se nas transações no seio da União Europeia, isto porque, fora do espaço europeu, o comércio diminuiu. Assim, o peso dos Estados–membros da União Europeia nas transações nacionais com o exterior aumentou em ambos os valores: atingiu os 72,8% no caso das exportações e os 76,5% nas importações.
Desta maneira, e como refere o INE, o défice foi de 10 485 milhões de euros, apresentando uma diminuição em 494 milhões de euros face a 2014.
Relativamente ao destino e à origem das exportações e importações, respetivamente, Angola deixou de ser o principal “parceiro extra-UE”, com as exportações a caírem em cerca de mil milhões de euros. Esta posição passou a ser ocupada pelos Estados Unidos, diz o INE. Em relação às importações, a China é agora o principal fornecedor de bens.
Estes resultados fizeram com que as exportações portuguesas apresentassem um dinamismo superior às “importações totais de bens efetuadas pelos cinco principais países de destino” – no caso, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Também segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), relativos ao ano de 2014, Portugal situou-se entre os três principais exportadores mundiais em diversos bens: além da “cortiça e suas obras”, Portugal destacou-se igualmente, há dois anos, como um dos principais fornecedores de peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos; alguns produtos cerâmicos; castanhas; cordéis; alcachofras; papel e cartão e azeite.
PRIMEIRO TRIMESTRE NEGATIVO Já no primeiro trimestre deste ano, as exportações registaram uma evolução negativa, diminuindo 2% em comparação com o mesmo período de 2015, segundo dados também publicados pelo INE.
O mês de março foi particularmente negativo, com as vendas para o exterior a caírem 3,9% face ao período homólogo, quando em fevereiro até tinha sido registado um aumento de 0,9%. Esta queda foi então explicada pela crise angolana, que provocou uma diminuição de 46% nas exportações para o país africano.
Por outro lado, as importações, nos primeiros três meses do ano aumentaram 1% face a 2015. Em março registou-se uma descida de 0,8%, contrariando a subida de 4,8% apresentada em fevereiro.
Neste período, a balança comercial nacional agravou-se, acumulando um défice de 2424 milhões de euros, quando no primeiro trimestre de 2015 ele se contabilizou em 2048 milhões de euros (mais 376 milhões de euros).