Jatos de vapor de água gelada. As mais recentes observações do telescópio espacial Hubble numa das principais luas de Júpiter ficariam bem no primeiro catálogo de spas galácticos mas o alcance da descoberta, anunciada hoje pela NASA, promete ser bastante maior. Pensa-se desde os anos 1990 que a lua Europa, um dos 67 satélites naturais do quinto planeta a contar do sol, alberga um vasto oceano subterrâneo, que poderá ser duas vezes maior do que o oceano terrestre. Este mundo gelado é considerado um dos locais mais promissores para a existência de vida fora da Terra e, a confirmarem-se os géisers, o trabalho de prospeção dos cientistas pode ficar facilitado.
Em comunicado, a Agência Espacial Norte-Americana revelou que as plumas de vapor de água foram detetadas em três ocasiões por uma equipa liderada pelo Space Telescope Science Institute, em Baltimore. Os dados recolhidos através do Hubble sugerem que estes jatos de vapor de água, aparentemente provenientes do subsolo, atingem uma altitude de 200 quilómetros, o que poderá permitir recolher amostras sem ser preciso perfurar a superfície gelada do planeta – uma missão que seria bem mais arriscada.
Os dados vêm confirmar suspeitas que desde 2012 apontavam para existência deste fenómeno. Também já foram detetados géisers semelhantes na lua de Saturno Encélado.
A NASA tem uma missão prevista para a lua Europa durante a próxima década. O objetivo é levar uma sonda a fazer 45 aproximações ao satélite, em altitudes entre os 2700 e os 25 quilómetros, o que se os géisers forem um fenómeno regular poderá permitir analisar a composição do vapor de água e procurar pistas de vida. No ano passado o congresso norte-americano reforçou esta missão em 175 milhões de dólares e determinou que a sonda deve estar pronta a descolar em 2022.