O Governo e os mercados aguardam com expectativa a revisão do rating de Portugal pela agência canadiana DBRS, a única que mantém o país acima do lixo. O dia D está marcado para dia 21, mas ontem o economista-chefe da agência levantou um pouco o véu, dando razão aos que antecipam a manutenção do rating mas a revisão em baixa das perspetivas, de estável para negativa.
Com efeito, a DBRS vê dois pontos negativos e um positivo para Portugal. De um lado, a popularidade do Governo socialista. Do outro, a subida do custo de financiamento e o avanço débil da economia. «Temos dois pontos negativos para um positivo», sintetiza Fergus McCormick, economista-chefe da DBRS numa entrevista à Bloomberg. O lado bom: a estabilidade política. Os lados maus. O primeiro é que as «yields das obrigações têm subido, pelo que o custo de financiamento tem aumentado». O segundo: o crescimento no primeiro semestre foi «metade do esperado». A economia nacional avançou apenas 0,3% no segundo trimestre.
Para já, Portugal perde dois a um no mês de todos os riscos para a dívida portuguesa.