Depois da tempestade, a bonança, que parece que finalmente chegou para o jogador italiano, de 26 anos. Mario_Balotelli nunca precisou de ter o título de melhor jogador do mundo para todos conhecerem o seu nome. E_quando assim é, (quase) nunca é pelos melhores motivos. Mas, neste caso, também foi. Com um início promissor, o pontapé vindo do pé direito de Balotelli metia medo a qualquer defesa ou guardião que se metesse pela frente – e se não metia, devia. A força de Balotelli é inquestionável. Tanto assim é que a dúvida nunca era se a bola entrava na baliza, mas se as redes acabariam rasgadas. Sim, a lembrar os desenhos animados Oliver e Benji.
Pode não ser comparável a Cristiano Ronaldo ou a Lionel Messi, mas a verdade é que a necessidade de recorrer à ficção para o caracterizar é a derradeira prova que é um atacante fora de série. E tal como Oliver (o tal dos desenhos animados), Balotelli “é o mago da bola e o futebol [para ele] é uma paixão”. O Super Mario, como ficou conhecido – ora lá está a necessidade de recorrer à ficção – foi, como em qualquer jogo de consola, perdendo as ‘vidas’ e as oportunidades a que tinha direito.
O feitio tempestuoso e as lesões fizeram com que o bom futebol do italiano, filho de pais ganeses, ficasse escondido nas últimas épocas em que serviu o AC Milan e o Liverpool. Na temporada 2015/2016 o atacante, a atuar pelo clube italiano, foi chamado a campo em 23 jogos e enviou a bola para as redes apenas três vezes. No clube inglês Balotelli precisou de 26 jogos para assinar quatro golos, nas 28 partidas que disputou com a camisola dos reds. Apesar da escassez de golos no Liverpool, Balotelli marcou nas várias competições – Liga dos Campeões (contra o Ludogorets), Premier League (Swansea e Tottenham) e Liga Europa (Besiktas).
À conquista de França
Zero. Foi este o custo da saída de Mario Balotelli, para uma equipa outsider da liga francesa. O mau feitio, tão característico do jogador, esse, fez-se notar mal chegou a solo francês. As divergências com o presidente do_Nice, Jean-Pierre Rivere, começaram cedo, quando este último, confrontado com o risco que seria a contratação de Balotelli respondeu “assumimos o risco da contratação de Balotelli [relativamente às lesões e ao comportamento adotado dentro e fora de campo]”. Ficar calado para ele não é opção e a argumentação do atacante não demorou a chegar. “Não represento nenhum risco. A minha carreira não é aquela que vem escrita na imprensa. Na época passada tive problemas físicos, mas se sou um risco? Não!”, afirmou. E melhor do que dizer? É prová-lo, em campo. Em três jogos pelo Nice, fez quatro golos – bisou em dois – e foi a peça-chave na vitória sobre o Mónaco que permitiu ao Nice continuar na liderança (com um ponto de diferença para a equipa de Leonardo Jardim).
Se continuar com este ritmo, Balotelli tem tudo para conseguir o melhor ano de sempre, pelo menos relativamente ao número de golos, ele que tem como recordes pessoais 18 golos em 41 jogos pelo AC Milan, na temporada 2013/2014, e 17 golos em 32 jogos ao serviço do Manchester City, no ano em que os citizens se sagraram campeões da Premier League e que, para Balotelli, foi uma época de ouro.
Depois de duas épocas apagado poucos seriam os que acreditavam no renascer do futebolista, mas Balotelli é a prova de que na vida se devem correr riscos. O tal risco que Jean-Pierre Rivere falava. Ao que parece a fénix Balotelli voltou para ficar, numa altura em que se joga a oitava jornada do campeonato francês. O Nice vai lutar este domingo, dia 2 de outubro, pela continuação da liderança isolada do campeonato frente ao Lorient (17.º classificado).