A comissão de trabalhadores (CT) do Novo Banco recebeu da administração “a garantia que até final no ano de 2016, não haverá mais processos de redução de trabalhadores”, revelou a estrutura em comunicado, depois da reunião realizada hoje com a equipa liderada por António Ramalho. Um dos assuntos em cima da mesa era o possível despedimento de mais 500 trabalhadores caso o banco não seja vendido até ao final do ano, uma exigência é de Bruxelas.
Recorde-se que, quando em dezembro do ano passado foram estendidas as garantias estatais ao Novo Banco e a data limite para a sua venda foi prolongada para agosto de 2017, a Comissão Europeia impôs novos remédios. Um deles é a necessidade de cortar mais 500 postos de trabalho além das mil saídas já concretizadas no primeiro semestre. Uma redução de empregos caso não haja alienação até ao final do ano, assim como o encerramento de cem balcões.
No entanto, relativamente às metas acordadas com Bruxelas para este ano, a estrutura que representa os trabalhadores do Novo Banco revela que “já se encontram cumpridos”. “Foi assumido, nesta reunião, que os compromissos incondicionais impostos de redução de custos no valor de 150 milhões e uma redução de mil postos de trabalho, durante o ano em curso, já se encontram cumpridos”, salienta.
Esta estrutura diz, no entanto, que “continua a estar atenta, assumindo o compromisso de lutar pela manutenção dos postos de trabalho e sustentabilidade do Novo Banco”. Segundo o comunicado, a equipa de António Ramalho assegurou ao Novo Banco que a comissão de trabalhadores “será um parceiro estratégico e será ouvida, atempadamente, em relação a assuntos relacionados com” a instituição.
Grupo chinês Minsheng interessado A reunião ocorreu no dia em que foi revelado que há um grupo chinês interessado em comprar o Novo Banco. Chama-se China Minsheng Financial e entrou na corrida pelo banco herdeiro do BES num processo paralelo ao processo de alienação direta que está em curso, avançou o jornal Público.
O grupo China Minsheng tem presença em serviços financeiros e em fundos imobiliários tendo autorização para gestão de ativos e de banco de investimento. Wang Sing é o presidente executivo da instituição que, até ao momento, não esteve disponível para responder ao Negócios.
De acordo com o jornal, o interesse em comprar o Novo Banco foi demonstrado à margem do processo formal que está em cima da mesa, onde há quatro concorrentes. BCP, BPI, Loan Star, Apollo/Centerbridge são os candidatos.
É no segundo plano que está a ser trabalhado, caso a venda direta falhe, que entra o grupo chinês. O China Minsheng Financial contratou o Haitong Bank para prestar assessoria em setembro. Aliás, o Haitong Bank, antigo BES Investimento, liderado por José Maria Ricciardi, já se tinha disponibilizado para procurar uma solução à margem destes concursos.