Os resultados da TAP deste ano vão beneficiar de uma poupança de 220 milhões de euros devido à descida do preço dos combustíveis. A garantia é dada pelo presidente da transportadora aérea, Fernando Pinto. No entanto, na reunião com os trabalhadores, esclareceu que esta poupança não deverá trazer uma melhoria “com este diferencial”.
“Será melhor do que no ano passado, mas nem de perto será esse diferencial. Gostaríamos que representasse uma melhoria de 220 milhões nos resultados, mas não se vai traduzir, infelizmente”, revelou. Isto porque o ano passado fechou com os prejuízos a pesarem nas contas da TAP. Em termos de contas, a TAP carrega, aliás, um fardo pesado: Tem uma dívida de quase 900 milhões de euros.
No encontro realizado esta terça-feira, Fernando Pinto apresentou ainda as medidas que deverão permitir à companhia aérea retomar o caminho para crescer, uma estratégia que passa principalmente pela redução dos custos e pelo aumento das receitas.
Dos planos para o futuro da transportadora fazem parte, por exemplo, a criação de novas rotas. Entre os destinos na Europa, a TAP deverá mesmo vir a voar para destinos que entretanto abandonou. No entanto, por questões de concorrência, o gestor não quis revelar quais são as cidades que fazem parte desta nova estratégia.
Fora da Europa, volta a ganhar destaque o Brasil dado pela companhia como sendo o principal mercado da TAP. Um reforço que apenas vai ser possível graças à renovação do interior de 48 aviões, num investimento de 70 milhões, e também graças à aquisição de novos aviões.
Mas há ainda mais um pilar neste plano para o futuro da transportadora aérea. Fernando Pinto admite que o crescimento da TAP assenta numa estratégia que permita competir com as low cost.
Para o presidente, a estratégia é simples: “Temos que ter menos custos, maior capacidade de investimento, uma maior atividade, maior volume de vendas e com isso voltamos ao ciclo. É assim que vamos para a frente”.
E, se no início o presidente da TAP designou o estudo da consultora Boston Consulting Group como “imaginário”, agora garante: “o estudo está pronto para avançar para uma segunda etapa”.
O estudo começou desde cedo a gerar polémica e desconforto no seio da transportadora. Os trabalhadores consideraram tratar-se de uma “declaração de guerra” e pediram mesmo ao governo que tomasse uma posição para garantir a defesa da companhia aérea. “Esse estudo levantou naturais preocupações no conjunto dos trabalhadores do grupo TAP, na medida em que aponta para um vasto conjunto de medidas de reestruturação da TAP que implicariam a sua significativa redução e descaracterização, além de significar uma literal declaração de guerra aos trabalhadores, tantos os despedimentos, redução de direitos e degradação das condições de trabalho ali previstas”, sublinhou a Comissão de Trabalhadores.