Eduardo Lourenço não teve dúvidas e disse-o mesmo na frente do próprio António Guterres. O elogio, forte, deve-se à escolha do antigo primeiro-ministro para secretário-geral das Nações Unidas.
"É o acontecimento mais importante para Portugal, pelo menos desde a Revolução de Abril", disse o ensaísta na cerimónia na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, em que recebeu o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, juntamente com o cartoonista francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu, das mãos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nesta cerimónia, realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o ensaísta saudou Guterres já como "senhor secretário-geral das Nações Unidas", o que provocou risos na sala e depois uma salva de palmas.
A escolha de Guterres para um tão alto lugar "na ordem política do planeta" constitui "o acontecimento mais importante", não desde o tempo de Afonso Henriques, mas "pelo menos desde a Revolução de Abril".
Guterres foi recomendado para secretário-geral das Nações Unidas pelo Conselho de Segurança desta organização, por unanimidade e aclamação, na quinta-feira passada.