Só é preciso recuar até dia 22 de setembro para o pesadelo de Fury começar a ganhar forma. Com a comunicação norte-americana a noticiar que o pugilista tinha acusado cocaína no controlo… o descontrolo foi imediato.
«Farto de viver», a droga tornou-se o principal escape de Fury, que confessou ter tomado «muita cocaína» ao longo da sua vida para combater a depressão. O pugilista britânico decidiu abandonar a competição e abdicar de lutar pelos títulos de campeão mundial na categoria de pesos pesados (WBA e WBO). Uma escolha «com efeito imediato» para se concentrar a 100% nos tratamentos médicos, informou a promotora de Fury, Hennessy Sports. Fury não foi o único a traçar o seu destino já que a Federação Britânica de Pugilismo anunciou a suspensão da licença do desportista pelo consumo de substância proibida. O progresso da carreira de Fury não era o único problema a ser posto em causa já que o atleta, de 28 anos, que nunca perdeu nenhum combate, iria também perder os títulos dos quais é detentor. Tyson Fury não só não se mostrou indignado como afirmou que a sentença era «justa. honesta e boa para o boxe».
Fury acredita que os títulos que ganhou no ringue, «devem perder-se no ringue». Com o cancelamento do combate agendado para dia 29 de outubro, diante do campeão ucraniano Vladimir Klitschko, Fury declarou que neste momento é «incapaz de defender o título».
Peter Fury, treinador e tio de Tyson, falou sobre o momento que o sobrinho atravessa e confidenciou que as (várias) vitórias alcançadas tem contribuído para um estado de paranoia e depressão do pugilista que confirmou estar «no ponto mais baixo de todos os tempos». A vingar uma infância pouco feliz, em que o pai sempre manteve ligações criminosas, Fury procurou nas vitórias o reconhecimento. Mas parece que nada aconteceu como estava previsto. Ou pelo menos, uma parte. Venceu todos os combates da carreira (25), mas nem isso foi suficiente para «ser valorizado» o que levou o desportista a questionar a razão de se preocupar tanto, partilhou o parente de Fury.
E parece que a preocupação terminou. Fora dos ringues, a reabilitação é a nova luta do pugilista. Depois de dez meses (com combates adiados) a espera para voltar a ver Tyson dentro do ringue continua…