Pedro João Dias anda fugido às autoridades há mais de duas semanas. A aparente facilidade com que o suspeito se tem movimentado pode ter gerado na opinião pública a ideia de incompetência e impreparação das forças no terreno, ainda que tanto a Polícia Judiciária, como a GNR estejam alinhadas. Ambas asseguram que a operação está ser um sucesso, mas a verdade é que algumas decisões ao longo destes dias terão gerado situações de desconforto de parte a parte.
O SOL sabe que um desses momentos terá sido a divulgação prematura (para a PJ) da fotografia do suspeito, que apareceu logo em destaque em vários meios de comunicação social.
Esta semana, o Diário de Notícias falou de uma eventual descoordenação entre as duas forças, o que foi de imediato desmentido pelo governo. Mas coincidência ou não, foi convocada para quinta-feira da semana passada uma reunião do Sistema de Segurança Interna (SSI) que juntou responsáveis da PJ e da GNR. No final, a secretária-geral do SSI, Helena Fazenda, assegurou existir coordenação entre as forças que trabalham no caso do homicida de Aguiar da Beira.
«Perante o enquadramento de violência extrema que levou à perda de vidas humanas e de feridos graves, desde o início que se vem desenvolvendo a cooperação e a articulação entre as entidades mais diretamente envolvidas: a PJ e a GNR», disse Helena Fazenda.
No mesmo dia, perante os jornalistas, a ministra da Justiça, Francisca Van-Dunem, o diretor nacional da PJ, Almeida Rodrigues, e o comandante operacional da GNR, major-general Rui Moura, negaram qualquer descoordenação entre agentes da PJ e militares da GNR.
A própria secretária-geral da SSI deu garantias de que a articulação «é real, concreta e diária» desde o primeiro dia.
Quinze dias depois continua sem ser capturado.