O caso remonta a março de 2014, quando Geert Wilders perguntou a uma sala, cheia de apoiantes seus, se queria “mais ou menos marroquinos” na Holanda. Perante a resposta unânime da multidão – “menos, menos!” – o líder do Partido da Liberdade, da extrema-direita, prometeu: “Vamos tratar desse assunto”.
Aquela não tinha sido a primeira vez que Wilders havia proferido comentários discriminatórios ou xenófobos, mas a justiça holandesa considerou que o dirigente político anti-Islão e anti-imigração tinha ido longe de mais e decidiu julgá-lo formalmente por incitamento ao ódio.
Na sexta-feira, no entanto, Wilders deu a entender que poderá não comparecer hoje na audiência marcada no tribunal de Schiphol, uma vez que considera o julgamento uma “farsa”, “contra a liberdade de expressão”.
Num artigo de opinião, num jornal local, o líder do PPV defendeu, citado pelo “The Guardian” que apenas tinha exprimido a posição dos “milhões de holandeses que estão cansados da perturbação e do terror causado por tantos marroquinos” e que se “falar nisso é uma ofensa, a Holanda já não é um país livre, mas uma ditadura”.
A Holanda vai a votos em março de 2017 e as sondagens sugerem que Geert Wilders está a competir lado a lado com o primeiro-ministro Mark Rutte, do partido Liberal, nas intenções de voto dos holandeses.