A voz do líder do autoproclamado Estado Islâmico parece surgir esta quinta-feira numa gravação publicada pelo grupo extremista, o que, a comprovar-se, é a primeira vez em cerca de um ano que o suposto califa emite uma comunicação pública. No comunicado, Abu Bakr al-Baghdadi pede aos seus combatentes que resistam aos avanços das forças iraquianas contra Mossul, a última cidade sob o domínio do grupo no Iraque e a maior – e mais lucrativa – que detém em todo o seu fantasmático califado.
“Não batam em retirada”, ouve-se dizer na gravação publicada na manhã desta quinta-feira, ainda não verificada por grupos forenses independentes. “Esta guerra total e grande jihad só fortaleceu a nossa crença, se deus quiser, e a nossa convicção de que tudo isto é um prelúdio da vitória”, afirma o líder do grupo extremista, que no curso do último ano foi dado várias vezes como morto ou gravemente ferido – um ataque aéreo da coligação norte-americana parece tê-lo ferido, mas não matado.
A campanha pela reconquista de Mossul ao Estado Islâmico começou há quase um mês e faz-se com uma grande aliança de combatentes curdos, militares e forças especiais iraquianas, tribos sunitas e milícias xiitas. Dezenas de pequenas localidades e algumas cidades nos arredores foram já reconquistadas e na quarta-feira as forças iraquianas anunciaram que pela primeira vez em dois anos tinham entrado nas primeiras linhas do centro urbano, no distrito do leste de Kukjali, onde ainda se vasculha a presença de jihadistas.