Ponte áerea TAP. Passageiros entre Lisboa e Porto aumentam 86%

Ministro do Planeamento e Infraestruturas rejeita assim que as alterações da TAP tenham tirado passageiros ao Porto.

O número de passageiros que utilizam a ponte aérea da TAP, que faz a ligação Lisboa-Porto, aumentou em cerca de 86%. A garantia foi dada por Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas, que pretende contrariar assim a ideia de que foram retirados passageiros ao aeroporto do Porto.

"Gostava de destacar que tivemos um crescimento muito importante com a ponte aérea. A utilização desta rota cresceu 86%, de 200 mil para 373 mil passageiros", esclarece o ministro que foi questionado no parlamento sobre o balanço da operação que começou em março deste ano.

"Aumentou muito o número de passageiros, principalmente de Lisboa em direção ao Porto", acrescentou, rejeitando desta forma "a ideia errada que alguns tinham de que a ideia era tirar passageiros do aeroporto do Porto".

Contactado pelo i, Rui Moreira não quis comentar. No entanto, o gabinete esclarece: "Se aludirmos aos números anunciados pela ANAC no seu ultimo relatório e que o Público público na semana passada, eles são elucidativos. A TAP perdeu o segundo lugar para a EasyJet com esta estratégia".

“Guerra séria” no Porto

O arranque do novo serviço TAP, que conta com parte da operação a ser operada pela privada White, coincide com a supressão das ligações entre o Porto e Barcelona, Milão, Roma e Bruxelas. Rotas que a TAP classifica como “deficitárias”. Uma decisão que foi duramente criticada no Porto, nomeadamente por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto. Através do portal de notícias da autarquia, Rui Moreira chegou a fazer saber que “a TAP fará menos 74 voos semanais para a Europa, Brasil e Estados Unidos a partir do Porto. No mesmo dia, reforça 59 ligações a partir de Lisboa e cria uma ponte aérea entre as duas cidades, drenando tráfego para a Portela”.

Para Rui Moreira, havia mais em cima da mesa do que a supressão das quatro rotas anunciadas há meses atrás: “A TAP reduz frequências para Londres, Paris, Madrid, Rio de Janeiro, São Paulo, Estados Unidos e Caracas, quando comparada a operação do mesmo período de 2015”. O presidente da Câmara da Porto tem criticado duramente toda a estratégia da TAP para o Porto, acusando a companhia aérea de ter em curso um plano para “destruir o aeroporto Francisco Sá Carneiro”, com vista a construir em Lisboa “um novo aeroporto e uma nova ponte”.

Também o início da TAP Express, que permitiu entregar parte da operação à White, uma companhia aérea privada sediada em Cascais, gerou muita polémica. Também no site da autarquia, o presidente da Câmara do Porto tinha questionado esta opção da companhia aérea nacional: “A Portugália custou ao Estado 140 milhões de euros, pagos há oito anos ao BES. Desaparece em março e os seus voos serão entregues à privada White sob a designação TAP Express, sem qualquer capital público envolvido e sem a avaliação da Autoridade da Concorrência. Enquanto isso, o Porto perde 70% dos seus voos TAP e o número de lugares disponíveis em rotas como Madrid ou Genebra baixa radicalmente, além de Roma, Milão, Bruxelas, Barcelona e Londres verem frequências reduzias a zero ou parcialmente”.

Em resposta a estas críticas, a TAP fez saber que com esta operação regional da TAP “cresce também o recurso à utilização da White, que antes operava dois ATR e agora passa a oito, o que se justifica pela sua experiência e know-how nesse tipo de equipamento, considerado hoje pela indústria o mais adequado para este tipo de operação”.