Olhando para o favoritismo que andou frequentemente de mão dada com a candidatura de Hillary Clinton, durante grande parte da campanha presidencial, alimentado (em demasia, está claro) pela maioria da comunicação social norte-americana e internacional, a tendência, quase natural, de quem apostava na sua conquista, é a de procurar saber porque é que a democrata perdeu a eleição, ao invés de se tentar perceber como é que Donald Trump chegou às portas da Casa Branca.
O passo seguinte, para os desiludidos e restantes analistas, será o de buscar explicações para justificar o impensável. Neste exercício, não há como fugir do mapa eleitoral de 2012, aquando da disputa entre Barack Obama e Mitt Romney, na votação que consagrou o então presidente dos EUA – repetiu a eleição para o cargo, com 332 dos 538 votos possíveis, no Colégio Eleitoral – e descortinar os estados que aquele venceu e que Hillary perdeu.
No total foram 6 os estados norte-americanos que optaram por não revalidar a sua preferência pelos democratas e, neste sentido, onde Clinton falhou ao passar a sua mensagem. Mas o que salta à vista não é tanto o número de estados perdidos para os republicanos, e sim o número desmesurado de votos eleitorais que aqueles representam.
Se juntarmos o número de votos do Ohio, a Florida, Pensilvânia e Michigan – a julgar pelos últimos resultados da manhã desta quarta-feira –, chegamos à impressionante quantia de 83 votos perdidos no Colégio Eleitoral. A estes acrescentam-se as derrotas da candidata pelo Partido Democrata em estados mais pequenos, em termos de impacto no Colégio, o Iowa e o Wisconsin.
Tudo somado, a incapacidade de Hillary Clinton em manter os estados que votaram no ainda presidente, custaram-lhe o número quase redondo de 99 votos no Colégio Eleitoral. E o sonho de se tornar na primeira mulher eleita para o cargo.