A conhecida revista norte-americana e uma das suas jornalistas, Sabrina Erdely, foram condenadas a pagar solidariamente uma indemnização de 3 milhões de dólares (2,7 milhões de euros) à administradora da Universidade da Virgínia, por causa de um artigo que descrevia a suposta violação de uma estudante por um grupo de colegas nas instalações do campus universitário. A notícia era falsa e o jurado popular considerou que os réus são responsáveis por difamação maliciosa da universidade.
A reportagem intitulada “Uma violação no campus” narrava a suposta violação de uma jovem de 18 anos por sete alunos de uma irmandade da universidade. A jovem era identificada com um nome falso, para sua proteção. A reportagem teve larga divulgação e foi vista no site da revista por mais de três milhões de pessoas. Mas poucos dias depois da sua publicação, vários meios de comunicação, para além dos responsáveis da universidade, contestaram a veracidade daquilo que era relatado. Na sequência da polémica, a direção da “Rolling Stone” contactou a Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia para que fosse feita uma investigação sobre a notícia e os factos que dela constavam. A investigação da universidade foi publicada com o nome de “Anatomia de um Fracasso Jornalístico”. Nesse documento relatavam-se três falhas graves na notícia da “Rolling Stone”: o uso de pseudónimos, a falta de verificação da informação e a ausência de dados que corroborassem a versão da suposta vítima e mesmo de cruzamento de fontes. Na sequência desta investigação, a revista retirou a notícia e pediu desculpa aos seus leitores.
Apesar disso, o tribunal condenou a jornalista a pagar 2 milhões de dólares e a empresa proprietária da revista a pagar 1 milhão de dólares.