1.Fernando Medina – ou melhor, os iluminados da JS cada vez mais radical, assessores na Câmara Municipal de Lisboa – teve a brilhante ideia de afixar cartazes pela cidade de Lisboa, posicionando-se, subtilmente, contra a eleição de Donald J. Trump para Presidente dos EUA.
O que mostra o sectarismo (fanatismo?) desta extrema-esquerda e do extremo-PS: quando o resultado das eleições não lhes agrada (quer seja em Portugal, quer seja nos EUA, ou qualquer outro local) arranjam maneira de o colocar em causa.
Ouvimos mesmo dizer que o líder da JS passou a noite eleitoral no Ipad a conferir todos os resultados e sempre ao telemóvel – o que parece indicar que estaria mesmo a aconselhar Hillary Clinton sobre como converter a derrota em vitória. Parece, no entanto, que a Constituição nos EUA é levada a sério – e não está dependente das disposições e humores da esquerda radical.
2.Como não foi possível transformar a derrota de Clinton em vitória, os jovens gregos do PS resolveram publicar um cartaz. E aqui há que distinguir: se as opiniões vinculassem apenas quem as proferiu, não haveria problema algum – é tão legítimo defender, como criticar a vitória de Donald Trump. E o cartaz até é bastante engraçado e revela criatividade – o que (sempre) aplaudimos.
Qual é, então, o problema? É que tais posições vinculam a Câmara Municipal de Lisboa, enquanto pessoa colectiva pública. Enquanto entidade pública. Sendo o Estado unitário, e atendendo a que o Governo realçou as relações históricas de Portugal com os EUA, bem como a vontade de trabalhar com o Presidente Donald J. Trump, faz algum sentido que Fernando Medina utilize a Câmara para exprimir uma ideia pessoal, uma opinião subjectiva? O mesmo se aplicaria caso uma entidade pública portuguesa criticasse agora Hillary Clinton!
3.Fará Medina o mesmo quando a França escolher o próximo Presidente? Ou fará o mesmo em relação a Angela Merkel, por exemplo? E porquê gastar dinheiros públicos para exprimir uma ideia privada, uma ideia partidária? Se queriam transmitir o desacordo com Trump, Medina e a JS tinham uma opção – pagavam do seu bolso, e em nome da JS, tais anúncios. Não usavam o dinheiro dos contribuintes e recursos da autarquia, que é a capital de Portugal!
Parece, no entanto, que a confusão entre autarquia e o cidadão Fernando Medina não é uma novidade: foi divulgado (sem que ninguém se incomodasse) que Fernando Medina utiliza a sua equipa na Câmara Municipal para preparar os seus comentários políticos na TVI.
4.Qual é o problema? Fácil: é que Medina comenta a título pessoal, não a título de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Conclusão lógica: a confirmar-se que é a equipa na Câmara de Lisboa que prepara os seus comentários, há a utilização de recursos públicos para fins privados. Sendo, ainda, que Fernando Medina é remunerado pelos seus comentários!
5.Enfim, tudo isto é normal neste Portugal geringonçado. A alusão, no entanto, à vitória de Donald Trump não deixa de ser curiosa. É que Lisboa precisa mesmo de alguém que “make Lisboa great again”. Podemos, pois, afixar o seguinte cartaz:
“ In the Free World, and in the not so free Medina/Costa’s Portugal,
You can still find,
A city not to live (because it’s impossible to afford a house or to lease it),
Invest and Build your
Future (if you are a Fernando Medina’s boy). Making bridges, bike paths, planting trees
And spending a lot of your Money to win elections no matter what.
There are walls – and holes. Many holes all over our city.
We call it Fernando Medina’s Lisboa”.
6.Buracos, gastar dinheiro, dar emprego à JS (tipo Tiago Brandão Rodrigues no Ministério da Educação), criar uma cidade que só é boa para quem só quer ser Presidente da Câmara para ter poder, não se identificando minimamente com a cidade – eis a Lisboa de Fernando Medina.