Resposta da jovem: «estou preocupada com a posição de Donald Trump relativamente ao ambiente». Insistência do jornalista: «mas considera que Trump desrespeitou as mulheres, certo?». «Não, até acho que Donald é muito melhor do que a imagem que os media construíram sobre si. Gostava apenas de saber se a proteção do ambiente estará nas suas prioridades na White House» – eis a resposta da jovem.
Ora, tal mostra à exaustão a parcialidade dos media nesta eleição. E o mais insólito é que os «especialistas» continuam a não compreender as verdadeiras razões da vitória de Donald Trump. Estas são as seguintes:
1) Bloqueio do sistema político e frustração das expectativas: Donald Trump representa o líder vencedor, o homem de negócios bem sucedido, o ‘não-político’ que ingressou na política para devolver o poder ao povo. Contra as elites que colonizaram o processo político, defendendo os seus interesses a expensas do povo americano;
2) Donald Trump representa a energia, a criatividade o otimismo nas virtudes individuais de cada americano: ora, atendendo a que o sucesso americano radica no liberalismo, na crença de que todos têm um potencial enorme que deve ser desenvolvido, independentemente das origens sociais ou das contingências da vida. Fazia falta ao mundo um líder com um discurso otimista e mobilizador, que instile (de novo!) confiança. Confiança individual e confiança coletiva, que mobilize a Nação americana – orgulhosa do seu passado; ambiciosa quanto ao seu futuro;
3) O efeito de Bernie Sanders no Partido Democrata: desgastou Hillary, revelou as suas vulnerabilidades e reforçou o discurso anticorrupção e de moralização da vida política de Donald Trump. Aliás, os estados oscilantes que deram a vitória a Trump coincidem com aqueles onde o democrata derrotou Hillary nas primárias do partido do elefante. Não alinhamos no discurso pessimista que se banalizou entre nós: julgamos que a vitória de Donald Trump é positiva para os EUA e para a Europa. A História dar-nos-á razão.