A Coreia do Norte quer "dominar o mundo"… através do seu futebol. As palavras são de Ri Yu-Il, treinador norte-coreano que está à frente da Escola Internacional de Futebol de Pyongyang, um forte investimento pessoal do próprio Kim Jong-Un, o líder supremo do país.
Aberta em 2013, esta escola (para a qual a FIFA também contribuiu financeiramente) alberga 200 crianças, dos 9 aos 15 anos, e tem presente uma meta muito específica. "Estamos a treinar os nossos alunos para se tornarem jogadores super-talentosos que ultrapassem as capacidades de pessoas como Lionel Messi. Para já, acho que devemos dominar a Ásia, e num futuro próximo, espero que consigamos dominar o mundo", disse à France Press o treinador Ri Yu-Il.
Os objetivos são ambiciosos (e talvez irrealistas), tendo em conta que a Coreia do Norte é apenas 126ª colocada no raking da FIFA, muito atrás de Irão, Japão ou da vizinha e arqui-rival Coreia do Sul. O ponto alto do seu futebol aconteceu em 1966, quando a seleção chegou aos quartos-de-final, depois de eliminar a Itália. Aí, deparou-se com Portugal e um super-Eusébio, que estraçalhou os seus sonhos por completo: quatro golos e vitória lusa por 5-3.
A Coreia do Norte só voltaria a um Mundial em 2010, na África do Sul, onde curiosamente voltou a encontrar Portugal – desta feita, porém, acabou vergada a uma pesada derrota: 7-0. Mais uma razão para ter mais prudência, seguindo o exemplo do que faz o seu selecionador principal, o norueguês Jorn Andersen. "Não acho que eles possam fazer um Messi, mas acho que podem formar bons jogadores para a Ásia. Há muitos jogadores talentosos, mas têm que continuar a jogar no país, não são autorizados a ir jogar para fora… Além disso, por causa da falta de competição, mesmo a seleção principal passa o tempo a treinar, mas depois não joga", lamenta o técnico.