O INE divulgou hoje os primeiros dados sobre a evolução do PIB no terceiro trimestre do ano. Estes são ainda dados provisórios, que dia 9 de dezembro poderão ser revistos em mais ou em menos 0,1%. Mas a conclusão a que se chega permanecerá inalterada: a economia acelerou, e bem, no terceiro trimestre.
A economia cresceu 0,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior (onde esta mesma medida tinha sido de 0, 3%). A economia não crescia tanto num trimestre desde há dois anos e meio. Em termos anuais, comparando o terceiro trimestre de 2016 com o terceiro trimestre de 2015, o crescimento foi de uns saudáveis 1,6% (0,9% no trimestre anterior). A economia portuguesa ficou perto da sua “velocidade de cruzeiro”, que deve andar nuns 2% ao ano.
E porque é que cresceu tanto? Sobretudo, por causa das exportações. Já se sabia que estamos a ter um excelente ano turístico, mas, algo surpreendentemente, as exportações de bens também aumentaram.
Se as exportações foram assim as estrelas, a frente interna não foi tão brilhante: cresceu em relação ao mesmo trimestre do ano passado, mas diminuiu fade ao trimestre imediatamente anterior. A economia interna subiu face ao ano anterior sobretudo por causa do aumento do consumo privado. O resto da frente interna da economia, que são o investimento e o Estado, diminuíram, mas não sabemos ainda em quanto. O investimento é crucial para a economia crescer. Quanto ao Estado, e quando se reclama uma diminuição da despesa pública, devemos ter isto presente: se o Estado gasta menos dinheiro, o PIB diminui.
Os números do PIB são sempre aproveitados para fins políticos. A geringonça vai delirar, PSD e CDS ficarão algo embaraçados. Tanto a uns como a outros, não se deixe impressionar pela veemência dos comentários. Estes são dados provisórios de apenas um trimestre, o que não é suficiente para dizer que a economia entrou numa nova tendência de crescimento mais rápido. Tudo o que se pode dizer é que os números são realmente bons (são os melhores do governo da geringonça), e que é melhor crescer mais do que crescer menos ou não crescer.
Por fim, já há uma explicação simples e racional para o desemprego estar a cair e o emprego a aumentar: a economia acelerou, e precisa agora de mais mão-de-obra.