O “caso Rooney” continua a fazer correr rios de tinta em Inglaterra. As imagens publicadas nos últimos dias, onde se vê o capitão da seleção inglesa alegadamente embriagado, após participar numa festa de um casamento que estava a decorrer na noite de sábado no mesmo hotel onde se encontrava a seleção inglesa, correram o mundo, como seria de esperar, e a Federação inglesa (FA) não ficou de braços cruzados. Ontem, o anúncio foi oficializado: a partir de agora, os jogadores ingleses não voltarão a ter noites de folga enquanto estão ao serviço da seleção.
Sim, porque a “prevaricação” de Rooney deu-se numa noite em que os jogadores ingleses estavam de folga – a FA está ainda a investigar o caso de outros dez jogadores que terão estado fora do hotel até às 4h30 da madrugada dessa mesma noite. As referidas imagens, porém, acabaram por se juntar à ausência de Rooney dos dois jogos realizados por Inglaterra: com a rival Escócia, a contar para o apuramento para o Mundial, e um particular com Espanha, realizado na terça-feira – supostamente, o avançado do Manchester United estava lesionado. Mas depois da divulgação daquelas fotografias, muitos foram os que duvidaram desse boletim clínico…
Seja como for, Rooney parece ter entretanto admitido a culpa. À agência noticiosa “Press Association”, um porta-voz da FA garantiu que o capitão inglês “reconhece que as imagens são inapropriadas para alguém na sua posição”. Além de ser o capitão da seleção, Rooney é já o jogador de campo mais internacional de sempre por Inglaterra: 118 jogos. À sua frente, só o guarda-redes Peter Shilton, com 125.
Klopp e os bêbedos antigos Nestes casos, porém, há sempre lugar a várias opiniões e posturas. E ontem mesmo os jornalistas ingleses aproveitaram a conferência de Imprensa de antevisão ao Southampton-Liverpool para perguntar a Jürgen Klopp, técnico dos Reds, o que achava do assunto. O treinador alemão, sempre com um sorriso na cara, defendeu Rooney, dando o exemplo de velhas glórias do futebol mundial que, diz, tinham comportamentos bem mais censuráveis…
“Esta geração de jogadores é a mais profissional que já tivemos, não só em Inglaterra. Todas as lendas que vocês admiram bebiam como diabos e fumavam como loucos e, mesmo assim, eram bons jogadores. Ninguém faz isso hoje em dia. Não faço ideia onde o Wayne estava, mas tenho a certeza que não foi nada sério”, frisou o técnico alemão.
“Tenho pena dos jogadores. Vivemos num lado luminoso da vida, ganhamos muito dinheiro e fazemos uma coisa que amamos, mas, talvez seja uma surpresa para vocês, há um humano por trás…”, disparou ainda em tom irónico, completando: “Se estamos numa festa, num aniversário, num casamento, vamos recusar uma bebida ou pedir a um amigo que fume para se afastar? A vida não funciona dessa forma. Essa é a parte menos boa da nossa vida: tudo o que fazemos parece uma grande catástrofe quando não é perfeito… mas não é assim.”