Dívida portuguesa a cinco anos
O leilão em que os investidores compraram dívida portuguesa a cinco anos foi um meio-sucesso. Foi anunciado que o Estado se iria endividar entre 500 a 750 milhões de euros. Acabou por endividar-se em 700 milhões. Este facto tem duas interpretações: se por um lado é positivo porque demonstra que o Estado tem alguma folga financeira, por outro é negativo, porque recentemente tivemos leilões em que o apetite dos investidores por dívida portuguesa foi tão grande que os montantes máximos tiveram de ser aumentados. Se o Estado quisesse endividar-se nos 750 milhões de euros teria de pagar juros um pouco mais elevados.
A taxa de juro desta dívida ficou-se nos 2,11%, em linha com os 2,18% a que a dívida a cinco anos já existente negoceia no mercado. Todavia, comparando com as taxas de juro com o mesmo prazo de outros países da zona-euro, vemos que não estamos assim tão bem: às 11.00 horas temos taxas de juro negativas na Alemanha e em França (-0,36% e -0,10% respetivamente), 0,52% na vizinha Espanha e 0,99% em Itália.
Como vêm, só para termos as taxas de outros países ditos “periféricos” ainda há algum caminho a percorrer. Continuamos a ser olhados com alguma desconfiança.
Morte lenta e dolorosa
Leio no Diário de Notícias que, em Málaga (Espanha), uma mulher que se fazia passar por presidente de uma associação sem fins lucrativos de defesa dos animais era, afinal, uma sádica da pior espécie. Com a ajuda de um assistente, terá abatido, no espaço de três anos, cerca de 2.200 cães e gatos, deixados na associação por antigos donos que, por qualquer razão, quiseram desfazer-se dos seus animais de estimação, e que por isso os deixavam lá, partindo do princípio que seriam bem tratados.
Só que não era isso que acontecia. Esta mulher e o seu assistente organizavam sessões de extermínio dos animais: sem administrar qualquer sedativo, davam o veneno aos bichos. E, para economizar, forneciam doses inferiores às que provocariam uma morte rápida, ficando depois a ver os animais a contorcerem-se de dores durante horas, em agonia. Para disfarçarem o que estavam a fazer, desligavam as câmaras de segurança e subiam o volume da música que passava no centro de recolha, para abafar os gritos de dor dos animais.
Esta besta incorre agora numa pena máxima de quatro anos de prisão. A meu ver, é muito pouco. Sou contra a pena de morte, por isso não posso defender o primeiro pensamento que me ocorreu na cabeça, e que foi:” tomara que te fizessem o mesmo.” Assim, penso que a prisão perpétua seria uma punição justa pera esta barbárie.
Exagero da minha parte? “Haverá um tempo em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente da mesma forma como hoje se julga o assassínio de um homem”.
(Leonardo da Vinci, 1452 – 1519).