O Guia Michelin é a “bíblia” das famosas e tão desejadas Estrelas Michelin, que elegem os melhores restaurantes de todo o mundo. E este ano, ao que parece, Portugal irá receber muitos galardões: os responsáveis pela publicação já confirmaram que por cá o número de estrelas atribuídas irá duplicar, passando de 17 para 34 estrelas.
A confirmação foi feita há um par de semanas por Ángel Pardo, diretor de Relações Exteriores do Guia Michelin, numa conversa com jornalistas espanhóis. Portugal, que tem, atualmente, três restaurantes de duas estrelas e 11 de uma estrela, irá dobrar este número – e resta agora saber em que proporção, sabendo também, de antemão, que não será ainda este ano que passará a haver um restaurante com três estrelas em Portugal.
Nota-se um maior interesse da parte dos inspetores Michelin pelas cozinhas portuguesas: no guia de 2013 estavam premiados 11 restaurantes; no de 2014 eram 12; e no deste ano são, então, 14 restaurantes. O interesse pela cerimónia de mais logo é perceber quantos serão, no total, o número de espaços por onde este ano se vão dividir as estrelas Michelin.
Há alguns favoritos à cabeça: o caso de Alma (na foto), do chefe Henrique Sá Pessoa, apontado quase unanimemente por pares e críticos gastronómicos, como tendo praticamente garantida a primeira estrela no seu restaurante que (re)abriu em Lisboa há cerca de ano e meio. Há também a forte possibilidade de o restaurante Vista, do chefe João Oliveira, em Portimão, também arrecadar a sua primeira estrela Michelin. Fala-se ainda na hipótese de A Casa de Chá da Boa Nova, instalado num edifício histórico de Leça da Palmeira e com a cozinha dedicada aos sabores do mar criada pelo chefe Rui Paula, conseguir chegar à primeira estrela Michelin, ou então o restaurante japonês Kanazawa, do chefe Tomoaki Kanazawa, e que tem a particularidade de ter apenas apenas oito lugares.
Ventila-se também a possibilidade de o restaurante do espanhol Sergi Arola, o LAB – que é a réplica do extinto Gastro, de Madrid – vir a ganhar, diretamente, duas estrelas. Se isso pode ser mais complicado, torna aparentemente mais garantida a atribuição da primeira estrela ao cozinheiro que traz até Portugal a sua reinvenção dos sabores do território espanhol.
Caso Arola consiga as duas estrelas Michelin, junta-se, desde já, ao Belcanto, em Lisboa, de José Avillez; ao Ocean, em Armação de Pêra, de Hans Neuner; e ao Vila Joya, em Albufeira, do chefe Dieter Koschina. Mas neste campo é mais difícil fazer previsões sobre que restaurantes se poderão juntar a esta lista, mas à cabeça são apontados o The Yeatman, em Vila Nova de Gaia – o chefe Ricardo Costa já tinha conseguido uma estrela no restaurante Largo do Paço, em Amarante, e haveria de conquistar a primeira do Yeatman, em 2012, almejando agora a segunda. Outro favorito a chegar à categoria de “restaurante de cozinha excelente, que justifica um desvio”é o Feitoria, em Lisboa, do chefe João Rodrigues, que conseguiu a primeira estrela na edição do guia de 2012.
Estas são algumas apostas. As certezas e dados finais só mesmo mais logo, ao início da noite, quando os nomes forem anunciados no restaurante Mas Marroch, em Girona.