Nos países da zona-euro, onde o peso dos impostos no PIB foi mais elevado foi em França (47,9%) e na minha velha conhecida Bélgica (47,5%). Quanto aos valores mais baixos, destaca-se, sempre na zona-euro, a Irlanda, com 24,4% do PIB, o que não é de espantar, pois tem uma taxa de IRC de 12,5%, provocando a ira dos outros Estados-membros, que a acusam de concorrência desleal. Além disso, consta que faz acordos “debaixo da mesa” com multinacionais americanas para estas pagarem ainda menos impostos, e já foi condenada na justiça europeia por causa disso.
Portanto, podemos queixarmo-nos dos impostos que pagamos, mas estamos ainda abaixo da média dos nossos parceiros da zona-euro, e no caso da França e da Bélgica bem abaixo: 10% do PIB. Como queremos ter redes escolares e de cuidados de saúde ao nível dos melhores do mundo, e como temos uma dívida pública gigantesca que tem de ser reduzida a menos de metade em 20 anos, é natural que os impostos elevados tenham chegado para ficar, de forma a financiar as despesas do Estado. Como exclamou animado o Dr. António Vitorino numa noite que lhe correu bem: “habituem-se.”