O ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, está hoje em Cuba para representar o governo português nas cerimónias fúnebres de Fidel Castro.
A informação foi divulgada por um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros que anunciou que Eduardo Cabrita “assegurará a representação do Estado português na cerimónia fúnebre de homenagem ao antigo Presidente cubano, Fidel Castro Ruz. A cerimónia terá lugar na terça-feira, dia 29 de novembro, às 19h00, na Praça da Revolução em Havana”.
Fidel Castro morreu na noite de 25 de novembro (madrugada de sábado em Lisboa) aos 90 anos. Tinha abandonado o poder há dez, entregando-o ao seu irmão Raúl.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou no sábado, depois de conhecida a notícia da morte do chefe da Revolução Cubana, que “o governo apresentou as condolências ao presidente Raúl Castro, irmão de Fidel Castro, à família e a todo o povo cubano”. “É uma personalidade histórica de Cuba cuja morte devemos lamentar. A história avaliará os méritos e os deméritos do papel de Fidel Castro e da natureza do regime”, disse o MNE.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontrou pessoalmente com Fidel Castro há um mês durante a sua visita a Havana, também prestou homenagem ao antigo presidente cubano.
“Foi um protagonista controverso, mas marcante, quer em Cuba, quer na América Latina, quer no que então se chamava Terceiro Mundo ou não alinhados, sobretudo entre os anos 60 e os anos 90 do século passado, e que chegou a ser uma personalidade mítica para os seus apoiantes”, disse Marcelo.
Ao recordar o seu encontro com Fidel Castro, o Presidente da República afirmou que “a debilidade física” do ex-presidente cubano não faria prever a sua morte, já que “do ponto de vista intelectual”, Fidel “estava muito atento”.
Segundo o Presidente, Fidel Castro estava “fragilizado do ponto de vista físico, mas intelectualmente muito atento, atento ao que se passava hoje, acompanhava a par e passo as notícias do dia e comentando o mundo tal como ele se encontrava, além de recordar o passado com uma vivacidade indiscutível”. “Eu não diria, apesar da fragilidade física, que um mês depois já não pertencesse ao mundo dos vivos”, disse Marcelo no sábado.
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, partido-irmão dos comunistas cubanos, “a melhor forma de honrar a memória do camarada Fidel Castro é prosseguir a luta pelos ideais e o projeto a que se consagrou até ao fim da sua vida, é fortalecer a solidariedade com Cuba e a sua revolução socialista, exigindo o incondicional respeito pela soberania da Ilha da Liberdade, o imediato fim do criminoso bloqueio norte-americano e a restituição ao povo cubano de Guantánamo”.
O secretário-geral dos comunistas referiu a “excecional figura de patriota e de revolucionário”.