Congresso PCP: BE fala em convergência de posições, PSD em alguma encenação

Para o dirigente do BE, há uma partilha de opiniões com o PCP em matéria relacionada com a União Europeia

O representante do Bloco de Esquerda na sessão de encerramento do XX congresso do PCP, Jorge Costa, centrou a análise dos bloquistas aos trabalhos na convergência de posições em relação à questão europeia.

Para o dirigente do BE, há uma partilha de opiniões com o PCP em matéria relacionada com a União Europeia, designadamente quanto “à necessidade de reestruturação da dívida pública portuguesa, que é o desafio essencial da economia” na atualidade.

Jorge Costa não deixou de acentuar que o XX congresso dos comunistas foi acompanhado com interesse pelos bloquistas, uma vez que ambos integram a "solução política" que tem viabilizado o governo socialista liderado por António Costa.

Acerca das acusações dos dirigentes do PCP aos constrangimentos que o euro traz ao desenvolvimento da economia nacional e à solução apontada – a renegociação da dívida – o também deputado do BE lembrou que o seu partido "defendeu sempre” essa solução.

Para Jorge Costa, se há um bloqueio que impede o desenvolvimento de Estados como Portugal, então o país terá de partir para outra opções, de “romper com o tratado orçamental e de recuperar instrumentos essenciais como é o caso da política monetária”.

“Essa opção tem de estar em cima da mesa", defendeu.

Já o PSD, que se fez representar pelo deputado Pedro do Ó Ramos, desvalorizou alguns avisos e críticas deixadas ao PS pelos congressistas e preferiu classificar o PCP como principal suporte do governo socialista.

“No congresso ouviu-se um discurso duro, mas a verdade é que o PCP é o grande bastião do governo, até mais do que o BE”. E justificou: “aprova praticamente tudo” na Assembleia da República. Por isso acabou até por considerar o congresso como um espaço de “alguma encenação”.

E justificou: na prática, o PCP “não se tem importado com o desinvestimento público, o fraco crescimento económico, que as escolas fechem por falta de dinheiro, que os hospitais estejam à mingua, já para não falar dos serviços púbicos de transportes que atravessam as dificuldades que todos sabem”.