Muitos portugueses já começaram a fazer as suas compras de Natal e há mesmo quem já possa estar despachado dessa tarefa, mas há sempre quem prefira deixar as escolhas para a última hora. Para estes últimos, há um risco iminente: ter menor opção de compra e sujeitar-se a preços mais altos. No entanto, não tem necessariamente de ser esse o cenário.
Quer continuar a oferecer os mesmos presentes gastando menos do que no ano anterior? É possível e a solução pode passar por menos quantidade ou mais atenção na escolha. Há regras básicas que deverá seguir para evitar desequilíbrios orçamentais e desagradáveis surpresas. Ainda assim, os portugueses estão a pensar gastar menos dinheiro este ano face ao ano passado.
De acordo com um estudo da Cetelem, os portugueses estão a pensar gastar, em média, 211 euros, e apesar de ser um valor inferior ao previsto em 2015 (241 euros, ou seja, menos 30 euros), ele representa o segundo valor mais elevado dos últimos seis anos. Esta redução também se verifica no valor a gastar com a prenda mais baixa e a mais cara: 26 e 53 euros, respetivamente. Mais uma vez, há uma redução face aos valores verificados em 2015 (32 e 61 euros, respetivamente).
Também a intenção de utilizar o cartão de crédito para pagar as compras de Natal aumentou face ao ano passado. Segundo o mesmo estudo, 24% dos portugueses com cartão de crédito tencionavam utilizá-lo como forma de pagamento. No entanto, o valor médio gasto com estes cartões desce de 444 para 419 euros.
Já os descontos diretos são a oferta mais valorizada pelos consumidores durante a época natalícia. Este ano, 76% dos portugueses declararam que são a oferta que mais apreciam nas suas compras de Natal, enquanto o cash back, ou seja, o reembolso de parte do valor pago, é a segunda opção mais valorizada (30%). No terceiro lugar da lista de ofertas mais valorizadas nas compras de Natal surge o crédito sem juros, que este ano conquista 22% dos inquiridos, um pouco mais do que no ano passado (20%).
Grande parte dos consumidores estão a pensar usar o subsídio de Natal (64%), uma percentagem superior à do ano passado (55%) e a mais elevada desde 2011 (82%). Ainda assim, há uma percentagem significativa (23%) que admite que vai esperar pelos saldos de janeiro para comprar os presentes.
Quanto ao local de compra, tal como aconteceu nos anos anteriores, as lojas de centros comerciais dominam a preferência dos portugueses (78%), seguidas pelas lojas de comércio tradicional (36%) e pelos super/hipermercados (33%), que continuam a perder terreno.
Reduzir presentes Para quem tem de fazer um corte radical nos presentes natalícios há duas alternativas: restringir as prendas às crianças e fazer troca de presentes em que cada um compra apenas uma. E com o mesmo efeito de surpresa se tirarem à sorte numa espécie de jogo. É também uma alternativa que conta já com muitos adeptos. Ou seja, poderá oferecer algo melhor e cada um gastar menos. Pode também oferecer uma prenda por casal em vez de presentes individuais (ver colunas ao lado).
Já em relação à alimentação, faça também uma lista e estabeleça um teto máximo. Calcule o número de pessoas que vai juntar à mesa, quer na ceia quer no dia 25, e seja fiel às quantidades. E peça para todos contribuírem. Se puder fazer as compras com a maior antecedência possível, melhor.
Dicas para poupar no Natal
1. Fazer orçamento
O ideal é começar a fazer as compras antecipadamente ou reservar parte dos seus rendimentos,por exemplo, três meses antes, para esta quadra. Mas se prefere deixar tudo para a última hora e está a pensar em gastar o salário deste mês nas compras de Natal, então comece por fazer uma lista das pessoas a quem quer oferecer prendas e, principalmente, quanto pretende gastar. A partir daí, é tentar cumprir à risca essa listagem.
2. Antecipar compras
O tempo pode ser o seu melhor aliado, pois quanto mais cedo começar as suas compras, maior será a probabilidade de comprar a prenda mais adequada a ao melhor preço. Não se esqueça que, muitas vezes, o presente perfeito não é o mais caro, mas sim o mais dificíl de encontrar. Quanto mais espaço temporal tiver para as suas compras, menos dinheiro irá gastar, pois tem tempo de sobra para escolher o melhor e mais em conta. Aproveite, por exemplo, os saldos.
3. Trocar presentes
Conhecido como o "amigo secreto", esta é uma das melhores formas de conseguir reduzir o número de prendas a oferecer. Cada participante tira um papel com o nome de outro e depois compra um presente para essa pessoa, A prenda pode ainda ter um limite de valor. Esta técnica funciona muito bem com os colegas de trabalho, da escola ou até mesmo em família, caso o orçamento seja apertado.
4. Aproveitar campanhas
Em altura de crise, até os coemrciantes necessitam de encontrar técnicas alternativas para incentivar as vendas. Por isso, muitas lojas apostam em campanhas com descontos durante esta época. Aproveite-as. Quer sejam descontos em lojas de roupa, telecomunicações ou beleza, vale a pena perder algum tempo a procurar o negócio certo para comprar os presentes certos ao melhor preço.
5. Usar cupões
Recorrer aos famosos cupões de descontos poderá ser uma boa aposta. Odisseias, Let'sbonus ou Good Life são alguns exemplos de empresas a que poderá recorrer. Se quer oferecer um presente de luxo, como um fim-de-semana num hotel de cinco estrelas, um jantar romântico num restaurante gourmet ou um dia inteiro num spa, é aí que deve ir. Estes presentes de luxo estão à distância de descontos "à séria".
6. Pagar em dinheiro
Deixe o cartão em casa e pague sempre em dinheiro. Assim será mais difícil gastar acima das suas possibilidades. E se tem o hábito de enviar postais de boas-festas para familiares e amigos, pode passar a fazê-lo por email ou através de cartões eletrónicos.
7. Comparar preços
Se pretende poupar na compra de prendas, então a internet poderá ser o seu maior aliado. Além de lhe permitir pesquisar todos os presentes possíveis e imaginários, há sites que só fazem comparações de preços: é o caso do Kuanto Kusta e do Izdeal. Ou seja, se já sabe que pretende comprar um telemóvel de determinada marca e modelo, pesquise nestes sites e consegue identificar a loja online que pratica os preços mais baixos para um mesmo produto.
8. Personalizar presentes
Porque não oferecer um presente feito à mão? Pode ter a certeza de que uma prenda feita à mão terá muito mais impacto do que uma escolhida à pressa e que pode ser bem mais cara. Arranjos florais, compotas gourmet, agendas ou molduras são algumas ideias. Outra hipótese passa por oferecer vouchers com o seu tempo. Os jovens podem oferecer um pacote de explicações ou de aulas de música aos mais novos ou oferecer o seu apoio à família para tomar conta das crianças.