Depois de Passos Coelho defender que “Lisboa precisa e merece uma orientação política diferente numa candidatura que o PSD não deixará de apoiar”, a líder centrista e candidata ao maior município do país, Assunção Cristas, já respondeu: “a decisão do CDS foi tomada há muito tempo e não há nenhum motivo para a alterar. Se o PSD quiser apoiar, com certeza que haveremos de conversar”.
“Eu sou candidata a presidente da Câmara de Lisboa, com o CDS, ou com o CDS e outros partidos”, assegurou ontem Cristas durante um almoço que assinalou os 40 anos de vida parlamentar do partido.
A líder centrista lembrou que “os outros partidos certamente têm de decidir, dentro das suas casas, qual é a estratégia que querem desenhar, se querem uma estratégia de coligação, se não querem, se querem uma estratégia de candidato próprio, que é o mais natural”.
Passos Coelho tinha acentuado durante o fim de semana que o PSD é um “partido que tem não apenas muitos militantes qualificados, mas que também tem condições para atrair outros valores que possam dispor de um pouco da sua qualidade, do seu tempo, para dedicar àquilo que é o interesse do país, dos municípios”.
Segundo Passos Coelho, nuns casos o PSD fará “candidaturas em coligação com outros partidos, nomeadamente com o CDS, noutros casos isso não acontecerá”.
Passos lembrou ainda que o PSD “definiu um calendário para fazer as suas escolhas a Lisboa e a outros municípios”, cujo limite é março.
Memória centrista Nuno Magalhães foi um dos oradores do almoço em que se assinalaram os 40 anos de vida parlamentar do partido, evento aproveitado para o lançamento do livro “40 anos no Parlamento Discursos com história”.
Para o líder parlamentar do CDS/PP, o “livro não pretende ser nostálgico, revisionista ou petulante, pretende celebrar a humildade, diversidade e buscar um futuro melhor e, para isso, é preciso conhecer o passado”.
“Os vários discursos do livro têm sentido crítico, diversidade, por vezes imprevisibilidade, mas sempre inteligência”, acentuou Magalhães. “Persistir no erro não é uma virtude e nós nunca o fizemos”.
Já para o deputado e antigo presidente do grupo parlamentar Telmo Correia, a obra representa muito do que é o CDS. “Em todos os discursos perpassa um profundo sentido patriótico, um partido que, ainda que com ‘nuances’, quer ser europeu, de matriz democrata-cristã (…). Um partido muitas vezes à frente do seu próprio tempo”, disse.
Assunção Cristas lembrou também a história do partido, fazendo uma retrospetiva desde os tempos da AD, passando pela oposição ao bloco central, ao cavaquismo e ao “despesismo socialista” de Guterres e “mais grave, com José Sócrates”.