Marine Le Pen quer proibir o ensino gratuito a filhos de imigrantes ilegais, como uma medida para restringir o acesso a serviços estatais a trabalhadores estrangeiros que não têm autorização para estar em França.
“Não tenho nada contra estrangeiros, mas devo dizer-lhes: se vierem para o nosso país, não esperem que cuidemos da vossa saúde ou que os vossos filhos recebam educação gratuita”, disse ontem a líder da Frente Nacional, esclarecendo, em seguida, que a proibição só seria válida para filhos de imigrantes considerados ilegais.
“Isto agora acabou, é o fim do recreio”, disse, numa conferência em Paris. A sua proposta foi condenada pela ministra francesa da Educação, Najat Vallaud-Belkacem. “Com estas palavras, que eu condeno da forma mais veemente, a senhora Le Pen prova que está completamente indiferente às circunstâncias humanas horríveis que enfrentam as crianças”.
As sondagens indicam que Le Pen, herdeira do partido de extrema-direita Frente Nacional, passará à segunda volta das presidenciais francesas de abril do próximo ano, perdendo nessa fase contra o candidato do partido de centro-direita, François Fillon.
Marine Le Pen argumentou também ontem que os trabalhadores estrangeiros que não pagam impostos em França devem fazê-lo para que os seus filhos possam beneficiar do sistema de educação do Estado.
“Vamos reservar os nossos esforços e a nossa solidariedade nacional para os mais humildes, os mais modestos e mais pobres entre nós”, disse a líder da Frente Nacional em Paris. Le Pen defende a imposição de medidas que desencoragem a imigração. Já o seu rival de centro-direita defende que a imigração deve ser reduzida a um nível “estritamente mínimo”.